Os deputados estaduais aprovaram nesta quarta-feira (27), em sessão extraordinária convocada pelo governo de Sergipe, o Projeto de Lei autorizando o Executivo a renegociar a dívida com a União no valor de R$ 900 milhões, reduzindo a taxa de juros e débitos. Os parlamentares precisaram somente de parte da manhã para analisar e aprovar os projetos do Executivo nas comissões temáticas e no plenário.
O Projeto foi aprovado com uma ementa apresentada pela bancada da oposição retirando o aspecto de publicação no Diário Oficial, ficando apenas no portal da transparência do site da Secretaria da Fazenda (Sefaz), ou seja, dessa forma toda a movimentação financeira torna-se mais visível e acessível para a população.
O líder governo na Assembleia, deputado Francisco Gualberto (PT), que presidiu a sessão da Comissão de Constituição e Justiça, explicou a importância da aprovação do Projeto, pois a medida diminuirá as despesas do governo em torno de R$ 2 milhões mês, economizando assim, cerca de 21 milhões por ano. “A última negociação ocorreu em 1997 e a dívida da União é em função das relações de dependência em que os estados tem com o órgão”, disse Gualberto.
Não sobrevive só
Para o perista, nenhum estado sobrevive sozinho tendo por base sua própria arrecadação. “Hoje, 52% da receita de Sergipe é transferida do Fundo de Participação dos Estados (FPE), além de convênios e outras situações que geraram dívidas. Os governos entendem que não dá para suportar a relação existente por isso reivindicam mudanças, no sentido de minimizar as dificuldades financeiras”, acrescentou.
Segundo o presidente da Comissão de Economia e Finanças, Zezinho Guimarães (PMDB), o que estava acontecendo era a chamada amortização negativa. “Muitas vezes o que estava sendo pago, não era suficiente nem para amortizar a correção, por isso que a dívida continuou aumentando”, pontuou. Agora, com a mudança do indexador (de IGP-DI, para IPCA), vai reduzir e concluir o pagamento dessa dívida.
Com a modificação, a União deverá corrigir os débito dos entes federados pela taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) ou pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o que for menor, mais 4% ao ano. “Atualmente, as dívidas de prefeituras, Distrito Federal e governos estaduais com a União são corrigidos pelo IGP-DI mais um percentual de 6% a 9% ao ano. Exemplificando, segundo deputado estadual Georgeo Passos: “é como se você tivesse um dívida no banco e negociasse as taxas de juros, para pagar um valor menor”, explicou Guimarães.
Sessão Extraordinária
Segundo o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Luciano Bispo (PMDB), a convocação extraordinária se fez necessária em decorrência do prazo máximo estipulado pela Lei Complementar 151/2015, que é de 31 de janeiro de 2016. “Se não votássemos hoje, os devedores que não tivessem reunido as condições exigidas para o aditamento continuarão pagando suas dívidas com o Governo Federal nas condições vigentes até que a alteração contratual fosse feita”, explicou Bispo.
Os deputados também aprovaram o Decreto Legislativo de nº 1/2016 que autoriza o Governador Jackson Barreto a se ausentar do Estado e do país, em qualquer situação, durante todo o ano.
Estiveram presentes durantes as votações, os deputados estaduais: Gilson Andrade (PTC), Padre Inaldo (PC do B), Georgeo Passos (PTC), Luciano Bispo (PMDB), Luciano Pimentel (PSB), Zezinho Guimarães (PMDB), Garibalde Mendonça (PMDB), Maria Mendonça (PP), Robson Viana (PMDB), Capitão Samuel (PSL), Antônio dos Santos (PSC), Silvia Fontes (PDT), Gustinho Ribeiro (PSD), Venâncio Fonseca (PP), Ana Lúcia (PT) e Vanderbal Marinho (PTC).
Fonte e foto: Ascom/Alese