Por Adiberto de Souza *
Com o argumento de que foram à Brasília pedir ajuda à nossa bancada federal, prefeitos e prefeitas de Sergipe gastaram uma pequena fortuna em passagens de avião, táxi, hospedagens, restaurantes caros, etcétera e tal. Por que as entidades que representam os gestores municipais não promovem reuniões on-line, muito mais em conta? Ora, se as Prefeituras estão em petição de miséria por que, então, prefeitos e prefeitas não se reuniram com os deputados e senadores em Aracaju? Quantas cestas básicas seriam adquiridas com a dinheirama torrada pelos fidalgos e fidalgas, que foram alegremente bater pernas em Brasília? E se andam tão preocupados com a queda da arrecadação municipal, por que esses e essas ilustres não reduzem seus gordos salários e cortam metade das mordomias a que têm direito? Ademais, é muito estranho que as prefeituras só tenham ficado sem dinheiro depois dos festejos juninos, quando foram desperdiçados alguns milhões com os cachês de artistas nacionais, que cobram os olhos da cara por um show de poucas horas. Respeitem o povo, galera!
Intromissão perigosa
Nunca antes em Sergipe as eleições para os conselhos tutelares interessaram tanto à classe política e às igrejas. Isso é péssimo, pois os conselheiros eleitos não podem ser transformados em cabos eleitorais, nem usados pelos líderes religiosos para difundir uma cultura conservadora e direitista. Tomara que o Ministério Público permaneça vigilante para que os conselheiros tutelares não sejam transformados em paus mandados de políticos, padres, pais de santo, pastores evangélicos e o diabo a quatro. Crendeuspai!
Pais da criança
Desde ontem, políticos de Sergipe e Alagoas distribuem releases com a imprensa sobre a ponte a ser construída sobre o Rio São Francisco, ligando Neópolis a Penedo. Alguns ressaltam suas participações no evento de assinatura do edital para a realização da concorrência, mas nem citam que o empreendimento é do governo federal. Outros caras pálidas mais afoitos chegam a insinuar que sem a participação deles a obra não teria sido projetada. Tomara que os sergipanos e alagoanos não caiam nessa bazófia dos demagogos que, certamente, farão uso da construção da ponte nos palanques de 2024. Misericórdia!
É feia a crise
A crise que se abateu sobre a Unigel agrava-se a cada dia. O grupo empresarial responsável pelas fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafen) em Sergipe e na Bahia, deixou de pagar uma dívida de 23,2 milhões de dólares. O “prego” venceu na última segunda-feira. Uma reportagem do jornal Valor Econômico revela que “o atraso no pagamento aumenta a pressão sobre a empresa”. Neste ano, a Unigel chegou a suspender a produção de amônia e ureia nas duas fábricas por conta do preço do gás natural, considerado pelo grupo como muito elevado. Home vôte!
Lado a lado
Adversários radicais desde as eleições de 2022, o governador Fábio Mitidieri (PSD) e o senador Rogério Carvalho (PT) sentaram à mesma mesa, ontem, em Brasília. Foi durante a solenidade de assinatura do edital de concorrência para selecionar a empresa que construirá a ponte entre Sergipe e Alagoas. Na hora de posar para a fotografia, ambos só não ficaram ombro a ombro graças ao ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), que se meteu entre os dois. Ressalte-se que, um dia desses, mesmo estando em Brasília, Mitidieri deixou de participar de uma reunião dos governadores do Nordeste pelo fato de o encontro ter ocorrido no gabinete de Rogério. Marminino!
Qualé Gilmar?
O senador Alessandro Vieira (MDB) deu um chega pra lá no ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, após este criticar a proposta de se estabelecer mandatos para os ilustres togados. Segundo o emedebista, Gilmar “se recusa a respeitar os limites constitucionais da sua própria atuação. É ridículo, pois se trata de integrante da Corte que justamente interpreta e defende os limites da Constituição”, fustigou Vieira. O senador por Sergipe jura que o Congresso “tem óbvia e ampla legitimidade para discutir mandatos para o Supremo Tribunal Federal”. Então, tá!
Bairro esquecido
O bairro São Conrado foi esquecido pela Prefeitura de Aracaju. A constatação é do vereador Breno Garibalde (União), que levou a situação à Câmara após visitar aquela localidade. O parlamentar cobrou um olhar mais atento para o bairro periférico. De acordo com Breno, o São Conrado está sem Unidade Básica de Saúde, sem creche, não dispõe de área de lazer e não tem mobilidade urbana. “Lá, o cenário é de total abandono”, discursou. Assim também já é demais também!
Barriga vazia
Dependesse do Programa “Prato do Povo”, criado pelo governo Fábio Mitidieri, muitos miseráveis já teriam morrido de fome em Sergipe. Ontem, o deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania) questionou o Executivo sobre o tal Programa, aprovado pela Assembleia e que, até agora, neca de pitibiriba: “Já passaram três meses e a informação que nós temos é que nenhuma refeição foi servida às pessoas mais carentes”, fustiga o cidadanista. Segundo ele, a preocupação do governo com os milhares de deserdados pela sorte limita-se aos inflamados discursos. Só Jesus na causa!
Educação de luto
A educação sergipana está de luto pela morte da professora Maria Hermínia Caldas, 94 anos. A educadora atuou de forma ativa para a melhoria do setor educacional. Em nota, Secretaria de Estado da Educação e da Cultura lamentou o falecimento da mestra e reconheceu a importante contribuição que ela deu à educação. “Professora Hermínia construiu uma história de vida ao lado dos alunos que tanto amava”, frisa a nota da Seduc. Descanse em paz!
E tome promessa!
Os ministros Renan Filho (MDB) e Márcio Macêdo (PT) prometeram a total recuperação de malha rodoviária federal em Sergipe. De acordo com o petista, a duplicação da BR-235, entre Itabaiana e Aracaju, será iniciada no primeiro semestre de 2024. Também garantiu que, ainda este ano, o governo federal entregará os dois trechos que faltam da BR-101 Norte. “No próximo ano, a gente inicia o da região Sul, para que, até o fim do governo Lula, estejamos com isso concluído”, discursou. Por sua vez, Renanzinho disse que os investimentos nas rodovias que cruzam o estado visam impulsionar o desenvolvimento de Sergipe. Deus te ouça!
Bico seco
A falta d’água em Carira se agrava a cada dia. Localizado no semiárido sergipano, aquele município está sofrendo horrores com o desabastecimento. Segundo os moradores, as torneiras ficam vazias por mais de um mês sem que a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) faça nada para amenizar a situação. Quem tem dinheiro gasta entre R$ 450 a R$ 600 para pagar por 25 mil litros de água transportados num caminhão-pipa. Será que as autoridades de Carira também sofrem com essa falta d’água ou apenas os eleitores passam sede. Arre égua!
Recorte de jornal
Publicado no jornal estanciano A Razão, em 28 de janeiro de 1912.
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* É editor do Portal Destaquenotícias