Embora o cenário da pandemia do novo coronavírus em Aracaju seja de queda das taxas de incidência, mortalidade e letalidade, oito bairros da capital estão com tendência de aumento nas estimativas de casos ou óbitos por causa da doença. É o que aponta o novo estudo epidemiológico no âmbito do projeto EpiSergipe divulgado, nesta quarta-feira (16), pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Com base nos boletins epidemiológicos até o último dia 11, o levantamento da UFS identificou a tendência de avanço da Covid-19 em bairros da capital desde o início do período de reabertura das atividades econômicas. São eles: Santo Antônio, Porto Dantas e Industrial (Zona Norte); José Conrado de Araújo, América e Novo Paraíso (Zona Oeste); e Santa Maria e Dezessete de Março (Zona Sul).
Quadro é pior nos bairros
“Até o final de julho, observamos uma inclinação das curvas, das linhas de incidência e mortalidade da doença na capital. Isso em todas as zonas urbanas. A partir daí, houve uma desaceleração do número de novos casos e de óbitos. De maneira geral, notamos uma estabilização da doença nas quatro zonas urbanas, mas com variações quando entramos nos bairros”, explica o professor Paulo Martins Filho, chefe do Laboratório de Patologia Investigativa e coordenador-adjunto do EpiSergipe.
“Esses resultados mostram que, com a reabertura da economia e a maior circulação de pessoas, especialmente em regiões mais vulneráveis do ponto de vista socioeconômico, observamos o aumento no número de casos e óbitos nesses bairros. Isso reforça a necessidade de manter o monitoramento intensivo e a testagem da população para efetivar o controle da doença no município”, salienta o professor Paulo Martins Filho.
A pandemia do novo coronavírus revela “desigualdades históricas e, neste cenário, as comunidades pobres mostraram recursos limitados de testes e taxas mais altas de fatalidade da covid-19 em comparação com as comunidades com melhores condições de vida. As pessoas pobres têm maior probabilidade de viver em casas lotadas e apresentam condições médicas subjacentes, incluindo hipertensão e diabetes que são considerados fatores de risco severo para a doença”, complementou o professor.
Fonte: UFS