Há 33 anos, em 2 de agosto de 1989, o Brasil perdia o Rei do Baião, um dos maiores representantes da cultura nordestina. Sertanejo de Exu, no Sertão do Araripe, Luiz Gonzaga morreu aos 76 anos, mas sua importante obra permanece.
Clique nos links abaixo e relembre grandes sucessos do Mestre Lua:
in Baião,A Feira de Caruaru,Paraíba,Forró no Escuro,Hora do Adeus
Biografia de Luz Gonzaga
Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912, na Fazenda Caiçara, em Exu, Pernambuco. Foi filho de Januário José dos Santos, lavrador e sanfoneiro, e de Ana Batista de Jesus.Luiz Gonzaga foi o segundo filho do casal, de um total de oito.
Seu nome foi escolhido em homenagem a Santa Luzia, cujo dia de festa é justamente o 13 de dezembro.
Já novo, Luiz Gonzaga ia ajudar seu pai na roça. Foi justamente com seu pai que ele teve seus primeiros passos na música, pois Januário tocava sanfona de oito baixos.Aprendendo a tocar e a cantar, logo começou a acompanhar o pai nas festas e bailes da região.
Ainda novo, envolveu-se com Nazarena, uma moça do município, filha do coronel Raimundo Deolindo, que desaprovava o relacionamento. Quando os pais de Luiz Gonzaga descobriram, deram uma surra no rapaz.
Toda essa situação possivelmente motivou o ingresso de Luiz Gonzaga no Exército em Fortaleza, em 5 de junho de 1930, então com 18 anos. Serviu por nove anos, passando por diversos estados brasileiros. Nesse período em que esteve no exército, não deixou de se interessar pela música, servindo inclusive como corneteiro da tropa e tendo aulas de sanfona com o soldado Domingos Ambrósio, com quem fez amizade.
Passagem pelo Rio de Janeiro
Deixando o exército em 27 de março de 1939, Luiz Gonzaga parte para o Rio de Janeiro, onde começa a se apresentar nas ruas, bares e programas de calouro da cidade, mas sem obter muito êxito.
Tudo mudou, porém, quando ele se apresentou, em 1941, no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, com sua música “Vira e Mexe”, ficando em primeiro lugar. Depois disso, sua carreira decolou e Luiz Gonzaga começou a se apresentar em diversas rádios da cidade, como nas rádios Clube do Brasil e Tamoio. Foi nessa época que passou a se vestir de vaqueiro nordestino.
Nos anos seguintes, lançou diversos sucessos, como “Baião” (1946), “Meu Pé de Serra” (1946), “Asa Branca” (1947), “Baião de Dois” (1950) e outros.
As músicas de Luiz Gonzaga tematizavam sempre os costumes e a cultura nordestina. Asa Branca, lançada em 3 de março de 1947, um dos seus primeiros sucessos nacionais e até hoje a sua música mais conhecida, representa o sofrimento do povo nordestino diante das secas da região. Ela foi composta em parceria com Humberto Teixeira.
Voltado ao Nordeste
Em 1945, Luiz Gonzaga conheceu Odaléia Guedes, cantora de coro e samba, numa casa de shows, e iniciou um relacionamento com ela. Odaléia já estava grávida quando conheceu Luiz Gonzaga, e este assumiu o filho como seu. Ele nasceu em 22 de setembro de 1945, com o nome Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, que também seguiria carreira musical, sendo mais conhecido como Gonzaguinha.
Luiz Gonzaga e Odaléia Guedes passaram algum tempo junto, mas o relacionamento acabou se desgastando e eles se separaram.
Em 1946, volta a Exu, município de Pernambuco, e reencontra sua família, com a qual não manteve contato desde o alistamento no exército. A passagem por ali seria breve, e no mesmo ano ele voltaria ao Rio de Janeiro.
Casamento e relacionamento com o filho
De volta ao Rio de Janeiro, em 1946, conheceu Helena Neves Cavalcanti, professora, com quem se casaria em 1948. Helena não conseguia engravidar, então o casal adotou uma filha, a quem chamaram Rosa Cavalcanti Gonzaga do Nascimento. Eles permaneceriam juntos até a morte de Luiz.
Em 1947, Adaléia Guedes, mãe de Gonzaguinha, morreu, vítima de tuberculose. Luiz Gonzaga tentou fazer com que o filho fosse morar com ele, mas não conseguiu. Durante grande parte da vida, Luiz Gonzaga e Gonzaguinha tiveram uma relação conflituosa, dando-se bem apenas quando Gonzaguinha tornou-se música e ambos começaram a compor e a viajar juntos.
Pelo restante da vida, Luiz Gonzaga seguiu fazendo shows e teve suas músicas regravadas por inúmeros artistas, como Gilberto Gil, Geraldo Vandré e Caetano Veloso.
Luiz Gonzaga morreu vítima de uma parada cardiorrespiratória, em Recife, Pernambuco.