As bandeirolas já se espalham por Aracaju, colorindo residências e estabelecimentos comerciais. As lojas de tecido exibem em destaque chitas multicoloridas e os mais variados tipos e cores de xadrez. Nos mercados, feiras livres e nas vendas de bairro, é fácil encontrar milho verde, amendoim cozido e as demais iguarias típicas.
Após dois anos de isolamento social por causa da pandemia da covid-19, os festejos juninos deste ano serão marcados pela retomada presencial. Momento muito esperado pela população e, em especial, por pessoas que, de forma direta, atuam para manter viva a tradição.
Com ateliê próprio desde 2008, Maria Aparecida de Jesus é uma das muitas costureiras aracajuanas que dedica o talento para confeccionar as tradicionais roupas de quadrilha. Ela começou a costurar com uma máquina doméstica. A clientela foi chegando, o negócio foi crescendo, e ela realizou o sonho de comprar a primeira máquina industrial. “Hoje, o ateliê conta com 10 máquinas industriais, conquistadas com muito trabalho. Trabalham comigo mais cinco pessoas, inclusive minhas filhas”, detalha.
Salva pelas máscaras
Para conseguir se manter durante a pandemia, Maria precisou se reinventar. “Estava quase entregando o imóvel do ateliê, pois não ia conseguir pagar o aluguel. Foi quando comecei a costurar máscaras, com os retalhos, e saí vendendo de porta em porta”, recorda.
Segundo a costureira, o retorno depois dos meses difíceis de pandemia estão superando as expectativas. “Nas semanas que antecedem os festejos juninos o forte mesmo são as roupas de quadrilha, em especial os vestidos. Com a retomada dos festejos, as encomendas aumentaram muito, graças a Deus. Estou trabalhando dobrado para dar conta das encomendas”, festeja Maria Aparecida.
Luiz Antônio Costa, conhecido como Luizão, há mais de 20 anos comercializa comidas típicas. Ao longo de todo o ano, ele vende iguarias como pé de moleque, mungunzá, bolos, sarolho, mas relata que, no mês de junho, o movimento é muito maior. “Recebo até encomenda para festas em condomínios, aumenta bastante as vendas desde o começo do mês”, conta.
Durante os últimos dois anos de reclusão, Luizão conseguiu manter o comércio aberto com serviço de delivery e de retirada do local. “As vendas diminuíram muito, mas deu para continuar”, relembra.
Luizão comemora o retorno presencial e já adianta que as vendas estão aquecidas e com uma boa procura. “O São João é nossa festa tradicionalíssima. Reúne famílias, amigos, todo mundo. É muito bom poder voltar”, comemora.
O cantor e sanfoneiro Glaubert Guimarães, do Forró Siri na Lata, já tem 15 anos de carreira artística, sempre com foco no trio pé de serra e na tradição nordestina. Ele comenta que o período de pandemia foi muito complicado e só não foi mais difícil porque concilia o trabalho musical com outro ofício.
“Com a pandemia, caiu drasticamente o número de apresentações. O dinheiro dos shows, que complementa a renda mensal, fez muita falta. O setor da arte e da cultura foi dos mais afetados pela pandemia”, destaca o cantor ao relembrar o apoio da Prefeitura, em 2021, quando a banda participou da segunda edição do Forró Caju em Casa.
Programação especial
Para marcar este período de retomada presencial dos festejos, após realizar duas edições do Forró Caju em Casa em 2020 e 2021, a Prefeitura preparou uma vasta programação que, além do Forró Caju 2022, entre os dias 23 e 26, 28 e 29 de junho, contará com o tradicional Fórum do Forró, e, ainda, novidades implementadas este ano: o Circuito Folclórico Sergipano, o São João na Praça e o Circular Junino.
No decorrer deste mês de junho, se apresentarão em diversos pontos da capital mais de 80 atrações musicais, de renome nacional e destacando os artistas locais, além de quadrilhas e grupos de cultura popular.
Fonte e fotos: Secom/PMA