Candidatos não podem ser presos
21 de setembro de 2024
Mega-Sena acumula e o prêmio vai a R$ 10 milhões
22 de setembro de 2024
Exibir tudo

Filme mostra a luta e as tradições dos ciganos

Protagonismo das mulheres ciganas é um destaques do filme

Uma imersão na cultura cigana no Brasil por meio da música. O filme Terra de Ciganos, que estreia na próxima quinta-feira (26) no circuito nacional de cinema, é uma jornada inédita desta comunidade no país na luta pela preservação das tradições em meio ao preconceito e a integração à sociedade moderna.

O filme documenta os acampamentos e a cultura dos grupos ciganos

“É comum uma criança desses grupos ciganos ouvir o seguinte: ‘cigano não nasce, estreia’. Porque, via de regra, todo cigano sabe tocar algum instrumento, mesmo sem ter passado por uma escola, mesmo sem ter aprendido a teoria musical”, afirma o antropólogo e pesquisador Nicolas Ramanush, diretor da Embaixada Cigana no Brasil e um dos personagens do filme. O documentário musical acompanha famílias de músicos ciganos em estados como Alagoas, Minas Gerais e São Paulo.

“Rodamos o Brasil durante um mês, procurando comunidades que ainda moravam de barraca, que ainda dava para retratar a cultura que mantinha mais essa tradição. Nessa viagem, fui observando que muitos lugares, quase todos, tinha pessoas que cantavam e tocavam violão com muita naturalidade. E aquilo foi me instigando a tornar este filme um documentário musical”, explica o diretor do longa, Naji Sidki.

Ao lado do esposo, Nicolas, Ingrid Ramanush foi consultora e também personagem do filme. O casal foi quem ajudou o diretor Naji a encontrar as famílias ciganas ao redor do país. O que mais a emocionou foi a forma como o documentário retrata a realidade da mulher cigana.

“Isso foi um marco incrível porque nunca foi documentada a leitura de mão feita na rua. E esse é um trabalho de muita resiliência da mulher, porque a mulher cigana é a detentora da cultura. É nossa responsabilidade levar a cultura adiante, levar a cultura para os nossos filhos, para as crianças, enfim, no acampamento, todos são como se fossem os nossos filhos. E essa resiliência da mulher continua nos dias de hoje”, pontua Ingrid.

“Sair para a rua para ler a mão é uma coisa incrível, porque na rua elas são xingadas, elas são ofendidas e, mesmo assim, para manter a cultura, elas vão”, completa a artista, que almeja que o filme alcance muitas escolas e educadores.

Quase 1 milhão de ciganos

O Brasil é o país que abriga a terceira maior população cigana do mundo, com cerca de 800 mil pessoas, divididas em três grandes etnias: os Calon, os Rom e os Sinti.

“Existem no Brasil mais ou menos 250 mil ciganos do grupo Calon. Do nosso grupo, há apenas 100 famílias espalhadas pelo Brasil, ou seja, o que restou do Holocausto. Nós somos o que restou do Holocausto”, explica Nicolas, cigano do grupo Sinti. “Os ciganos do grupo Calon, com a graça de Deus, não foram mortos pelos nazistas. Agora, os nossos antepassados foram praticamente exterminados. Vai ser um privilégio para essas 100 famílias, que estão espalhadas pelo Brasil, ver um membro da nossa etnia participando desse documentário”, celebra.

Clique aqui e veja uma reportagem sobre o filme

Fonte, fotos e vídeo: Site Brasil de Fato

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *