Para discutir as ações de gangs que atuam em pequenos e desprotegidos municípios, especialmente no Nordeste, o comando do 28º Batalhão de Caçadores, unidade do Exército em Sergipe, realizou o 1º Simpósio de Inteligência, tendo entrado na pauta o chamado “Novo Cangaço”, nome inspirado no movimento social ocorrido na região nordestina nos séculos 19 e 20, e que teve Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampíão”, como o seu maior expoente.
O evento aconteceu no quartel de 28 BC, teve caráter sigiloso e reuniu representantes da Secretaria de Segurança Pública, das Polícias Militar e Civil, e da Polícia Federal. Foi discutido o comportamento dessas gangs de assaltantes de bancos, assim como enfrenta-las. Neste ano, não houve atuação desses marginais em Sergipe, Em 2021, ocorreu apenas um caso, na cidade de Pacatuba.
Como adotam práticas de invasões rápidas a municípios com pouca proteção policial, explosões de agências bancárias, usam populares como reféns e roubam dinheiro, dada a similaridade com ações do bando de Lampião, inclusive de ter o controle das cidades que invadiam, esses grupos estariam enquadrados naquilo que é descrito hoje como “Novo Cangaço”.
Conforme o jornal Estado de Minas, “a expressão ‘novo cangaço’ surgiu no Nordeste, em 1990, através da mídia, tendo sido criada para designar as quadrilhas que agem com ações agressivas quando cercam pequenas cidades para assaltar os bancos. Segundo ainda o jornal mineiro, “esse tipo de assalto – quando um grupo criminoso toma o controle de uma pequena cidade para roubar – não é novo no Brasil. No início do século passado, Lampião e seu bando de cangaceiros ganhavam a vida praticando saques semelhantes”.
SSP explica
Segundo levantamento feito pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), Sergipe apresentou uma tendência de queda na incidência de roubos a bancos nos últimos anos. No ano de 2013 foram registradas 38 ocorrências e em 2014, 35 investidas criminosas. Já em 2015, os casos somam um total de 27. A SSP informa ainda que em 2016 Sergipe registrou seis ocorrências. No ano de 2017, oito ações criminosas, m 2018, quatro, e em seguida, em 2019, foram duas ocorrências. Ainda segundo a SSP, foram registradas em 2016, seis ocorrências e no ano de 2017, oito ações criminosas. No ano seguinte, 2018, quatro registros desse crime. Em seguida, em 2019, foram duas ocorrências. uma ação em 2020 e outra ano passado
O tenente-coronel Leandro César, comandante do 28 BC, disse que a reunião das Forças de Segurança foi também para discutir o uso da inteligência para evitar esse tipo de ação em Sergipe, onde está em queda. Ele concedeu entrevista à TV Sergipe, mas não se aprofundou nas explicações sobre as motivações da reunião de ontem.
Fonte: Blog Primeira Mão