O jornalista, professor, pesquisador e escritor Gilfrancisco recebeu na última quarta-feira, 18, a maior de todas as honrarias concedidas pela Universidade Federal de Sergipe, o título de Doutor Honoris Causa. A homenagem, no Auditório da Reitoria, constou da programação dos 54 anos da UFS.
O título outorgado pelo Conselho Universitário em outubro de 2021, Resolução nº 31/2021/Consu, é um reconhecimento pela sua trajetória e produção intelectual, assim como de sua contínua contribuição à pesquisa historiográfica e documental.
Entre as considerações que embasam a concessão, destaca-se sua “grande contribuição como escritor, pesquisador e sua extensa produção jornalística e literária, com artigos em jornais, revistas e periódicos, livros publicados e banco de dados privado”.
“Recebo com orgulho e extremamente honrado o título que me concede esta universidade. Quando olho para trás, vejo que estive construindo conhecimento por prazer, e o reconhecimento chegou sem que eu escutasse seus passos, com os pés de algodão, para me surpreender neste momento da vida”, agradeceu o homenageado.
“A investigação documental é uma atividade contínua, que requer leitura, interpretação e critérios para que não se transforme num mero acúmulo de papéis indistintos. As suas descobertas dependem da perseverança, e do tempo, além de esforços e sorte; a troca de informações com outros pesquisadores também é imprescindível”, discursou.
O professor Fernando Sá, do Departamento de História, responsável pelo discurso de homenagem ao agraciado, descreveu Gilfrancisco como um “arquivo vivo”, em alusão ao seu grande conhecimento e ao fato de portar “documentos da maior importância para a história de Sergipe”.
E completou: “É mais do que justificada essa homenagem, porque ele é uma figura de destaque no cenário cultural de Sergipe e continua produzindo”.
O reitor da UFS, professor Valter Joviniano de Santana, enfatizou a generosidade com a qual Gilfrancisco “abre as portas de seus arquivos e biblioteca para que pesquisadores tenham acesso ao que o dinheiro não pode comprar: infinitas horas de leitura e pesquisa, além da coleção de obras raras.”
“Acreditamos que os nossos doutores venham para fortalecer a reflexão, a crítica e a síntese de novas possibilidades de viver e pensar a nossa identidade e cidadania. Essa premiação nos engrandece, pois estamos trazendo mais um doutor produtivo, ativo e crítico para os quadros da educação superior sergipana”, concluiu o reitor.
Baixa do Sapateiro
Nascido Gilberto Francisco dos Santos na Baixa do Sapateiro, em Salvador (BA), em 27 de maio de 1952, Gilfrancisco possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador (1991), é autor de 39 livros individuais, sete em participação com outros autores e tem mais de mil textos publicados em jornais, revistas e periódicos locais e nacionais.
É radicado em Aracaju desde 1996 e atualmente trabalha no Tribunal de Contas do Estado de Sergipe. O pai, Odilon Francisco dos Santos, era sergipano de Nossa Senhora das Dores e a mãe, Antônia Rufina França, do município baiano de Coração de Maria, região de Feira de Santana.
O primeiro emprego foi na Reitoria da UFBA, em 1969, período quando se iniciou no jornalismo ao lado do sergipano João Batista de Lima e Silva, chefe de Reportagem do extinto Jornal da Bahia.
Aprofundou a formação intelectual com o capelense Nelson Correia de Araújo, jornalista, editor, tradutor, dramaturgo e professor da Escola de Teatro da UFBA, autor de três dezenas de livros. “A convivência com Nélson foi longa e através de um projeto passamos a localizar alguns teatros baianos do século XIX. Essa foi uma grande colaboração para a história do Teatro Baiano”, recorda.
Dentre os últimos livros de Gilfrancisco estão: “Agremiações Culturais de Jovens Intelectuais na Imprensa Estudantil” (Edise, 2019), “Lampião no Diário Oficial” (Edições GFS, 2020), “Áreas de Conflitos e Mistérios” (Edições GFS, 2021) e “Anísio Dário – A Chacina da Rua João Pessoa” (Edições GFS, 2022).
Com informações e foto da Ascom/UFS