Os exaltados debates sobre o impeachment da presidente Dilma Roussef (PT) estão agradando muita gente flagrada pela Justiça cometendo crime contra o erário. Observe que os políticos investigados por terem metido a mão grande nos recursos públicos são os mais entusiasmados com o Fla-Flu político jogado em Brasília. Ora, enquanto se discute a cassação da petista, a imprensa esquece das graves acusações contra o malfadado deputado Eduardo Cunha (PMDB). Em vez de indagá-lo sobre suas peripécias financeiras em paraísos fiscais, os repórteres querem ouvi-lo sobre o rito do impeachment. Aliás, quase não se fala mais sobre a grave denúncia de malversação da verba indenizatória da Câmara de Aracaju que, segundo a Polícia, teria sido garfada por 15 alegres vereadores. E o que dizer dos nossos 16 deputados estaduais cassados sob a acusação de fazerem mau uso das verbas de subvenção? Ninguém trata mais deste assunto. Portanto, para quem possui culpa no cartório, quanto mais se prolongar essa crise ética, melhor. Para os maus políticos, principalmente os condenados por corrupção, melhor do que o impeachment de Dilma só mesmo um golpe militar, que dissolva a Justiça, feche o Parlamento, enclausure a imprensa e inocente os corruptos que apoiarem a ruptura democrática. Deus nos livre!
Festa política
O PMDB faz festa hoje em Aracaju para inflar a pré-candidatura de Zezinho Sobral a prefeito da capital. Será à tarde, em um hotel da Orla de Atalaia, devendo reunir peemedebistas de todo o estado. Preferido do governador Jackson Barreto (PMDB), Zezinho vem se movimentando para angariar a simpatia do eleitorado aracajuano e, principalmente, das lideranças políticas e comunitárias.
Desistiu, foi?
O prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), parece ter desistido de disputar a reeleição. Pelo menos é o que se conclui ao ler entrevista concedida por ele à jornalista Aldaci de Souza. “Hoje só existe um emprego mais duro, mais cruel do que ser prefeito de capital de porte médio no Nordeste: é ser delegado do inferno”. Ora, como não está obrigado a permanecer no cargo, o demista pode até renunciar os poucos meses de mandato que ainda tem, pois os aracajuanos jamais pediram que ele se sacrificasse tanto. Aliás, assim como diz conhecer as agruras do delegado do Cão, João também deve saber que de boas intenções o inferno está cheio!
Batendo pernas
Alguém sabe o que vai fazer em Brasília o prefeito de Canindé, pastor Heleno Silva (PRB)? Em vez de ir assistir de camarote a votação do impeachment da presidente Dilma Roussef (PT), não seria melhor ele tentar resolver os inúmeros problemas dos canindeenses? Como perguntar não ofende, quem vai custear a viagem de avião e a hospedagem de Heleno em Brasília?
Auxílio-vergonha
Finalmente, apareceu quem questionasse essa vergonha que é o pagamento retroativo, desde 2006, do auxílio-moradia a procuradores e promotores de Justiça. O conselheiro Walter Agra representou contra tamanha imoralidade junto ao Conselho Nacional do Ministério Público. O moço pede, inclusive, a suspensão imediata do pagamento do retroativo, afirmando que a decisão do MPE viola os princípios de legalidade, moralidade, proporcionalidade e razoabilidade. Certíssimo!
BRT paraguaio
Nem mesmo a bancada governista na Câmara concorda com a bagunça feita no trânsito para a implantação do BRT paraguaio, que vem a ser alguns ônibus articulados e umas faixas azuis e brancas pintadas no asfalto. Ontem, o próprio líder do prefeito João Alves Filho (DEM), vereador Ivaldo José, pediu à SMTT que prorrogue a campanha de esclarecimento sobre a utilização das vias reservadas aos ônibus. Segundo ele, os motoristas ainda não entenderam direito a divisão feita nas ruas e avenidas da cidade.
Inimigos do povo
Você ainda lembra os nomes dos vereadores que, em 2013, votaram pela criação da Taxa de Iluminação Pública de Aracaju? Para refrescar a sua memória, a coluna publica a relação dos inimigos do povo: Agamenon Sobral (PP), Anderson de Tuca (PRTB), Augusto do Japãozinho (PRTB), Doutor Agnaldo (PR), Doutor Gonzaga (PMDB), Robson Viana (PMDB), Pastor Jony (PRB), Jailton Santana (PSC), Manoel Marcos (DEM), Renilson Félix (DEM), Pastor Roberto Moraes (PR), Max Prejuízo (PSB), Ivaldo José (PSD), Adriano Taxista (PSDB) e Valdir Santos (PTdoB). Apesar de ter declarado apoio ao indecente projeto, o presidente da Câmara, Vinicius Porto (DEM), não votou, pois pelo regimento ele só vota em caso de empate.
Briga de foice
Evitem reunir numa mesma sala os dirigentes do PCdoB e do PSB. O clima entre os dois partidos não anda bom desde que os comunistas passaram a fustigar os Valadares. Ontem mesmo, o presidente do PCdoB de Aracaju, Antonio Bittencourt, lembrou que tanto o senador Antônio Carlos Valadares, quanto o filho Valadares Filho, foram derrotados quando tentaram se eleger prefeito de Aracaju: “Isso mostra que os aracajuanos observam a movimentação dos políticos que, de fato, têm ligações reais com a cidade”. Homem, será?
Dois a zero
E a polícia mandou mais dois suspeitos de praticarem assaltos para a terra dos pés juntos. Localizados por policiais numa propriedade em São Cristóvão, quatro elementos teriam reagido à voz de prisão. Na troca de tiros, dois foram fuzilados pelos policiais e os outros escafederam no meio do mato. Entre os mortos está o elemento conhecido por “Tita”, que era considerado o terror de itaporanga D’Ajuda.
Saúde falida
A crise da saúde em Aracaju é gravíssima. Segundo o médico e vereador Emerson Ferreira (Rede), a espera para fazer exames chega a mais de um ano. “Profissionais de saúde denunciam a falta de medicamentos básicos nos postos do município, e muitas grávidas não conseguem fazer o pré-natal”, afirma. Emerson disse parecer que o prefeito João Alves Filho (DEM) acredita que as doenças não evoluem, podendo o cidadão doente esperar por tempo indeterminado para ser medicado. Homem, vôte!
Crise braba
Trabalhadores da fábrica de cimento Nassau discutem hoje a crise da empresa com o vice-governador Belivaldo Chagas (PSB). Localizada em Socorro, a cimenteira não paga os salários há meses, já demitiu centenas de empregados e quer parcelar em 50 vezes a indenização de quem aceitar o Programa de Desligamento Voluntário. Pior, a empresa deve ao governo de Sergipe mais de R$ 400 milhões em impostos. Como se diz lá em Carira, pelo visto a Nassau quebrou na solda!