Atolado na crise financeira, que na campanha eleitoral prometeu resolver, o governador Belivaldo Chagas (PSD) decidiu tirar a máscara e, carrancudo, esbravejou: “Não fui eleito para ser bonzinho”. Horas após a sisuda afirmação do pessedista, a Assembleia Legislativa aprovou a famigerada reforma da Previdência estadual, mais uma maldade do governo com o coitado do servidor público. E parece que não adianta tentar convencê-lo a repensar a gestão, se afastar dos incompetentes, apostar em projetos que tirem Sergipe do atoleiro. Para os que insistem em bater nesta tecla, Chagas tem a resposta na ponta da língua: “O governador sou eu e ninguém é obrigado a concordar comigo”. Credo! Tomara que o tempo, este velho senhor da razão, faça o governador repensar a sua gestão antes de Sergipe dar com os burros n’água e só lhe reste a lacônica indagação: “Que rei sou eu?”. Misericórdia!
E segue a novela
A novela do Tribunal de Contas de Sergipe teve mais um enfadonho capítulo. O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a “disponibilidade não punitiva” aplicada ao conselheiro Clóvis Barbosa. Com isso, o moço permanecerá na ativa, assim como seu substituto Flávio Conceição, deixando o TCE com oito conselheiros. Pelo andar da carruagem, esse dramalhão tá longe do epílogo. Pior é que o resultado final deste “pastelão” não trará qualquer benefício aos contribuintes. Homem, vôte!
Efeito bicicleta
O governo de Sergipe pediu autorização à Assembleia para fazer mais um empréstimo de R$ 750 milhões. A dinheirama já tem destino certo: pagar dívidas que o estado contraiu junto à rede bancária. Lembra o camarada endividado, que toma emprestado de um para pagar a outro e assim sucessivamente? É o chamado efeito bicicleta, que o sujeito cai se deixar de pedalar. Só Jesus na causa!
Meia-volta, volver!
Parece que a chiadeira de alguns peixinhos surtiu efeito no aquário do PSC. A executiva municipal resolver adiar para janeiro de 2020, o anúncio de apoio à reeleição do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB). A adesão ao projeto do comunista ocorreria nesta sexta-feira, contudo alguns peixinhos, como os deputados Gilmar Carvalho e Capitão Samuel, ameaçaram se rebelar contra o apoio. Quem não chora não mama. Vixe!
Honoris Causa
O Conselho Superior da Universidade Federal de Sergipe aprovou, ontem, a concessão do título de Doutor Honoris Causa a Severo D’Acelino. Ativista dos Direitos Humanos, poeta, ator, dramaturgo, diretor teatral, coreógrafo, pesquisador das culturas afro e indígena, Severo é reconhecido como importante liderança do movimento negro em Sergipe. Merecidíssimo!
Grana na mão
O governo de Sergipe paga, nesta sexta-feira, o 13º salário do pessoal ativos da Educação. Para os demais servidores estaduais, aposentados e pensionistas, o benefício será pago em oito módicas parcelas, a não ser que o suplicante queira fazer uma operação de crédito no Banese. Ou seja, se o suplicante quiser botar a mão na grana antes do Natal terá que tomar emprestado o próprio 13º salário. Até agora, mais de 30 mil servidores já bateram à porta do Banese. Que miserê, meu senhor!
Bem na fita
O senador Rogério Carvalho (PT) e o deputado federal Laércio Oliveira (Progressista) são os únicos dos 11 parlamentares sergipanos entre os 100 congressistas mais influentes. Os dois figuram na 26ª edição do levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Os 100 selecionados – 71 deputados e 29 senadores – são aqueles que conseguiram se diferenciar dos demais congressistas no decorrer deste ano. Então, tá!
Novo partido
Legalizado pela Justiça Eleitoral há cerca de oito dias, o partido Unidade Popular anda a procura de filiados em Sergipe. Para tanto, vai promover um ato público em Aracaju visando filiar cerca de 100 lideranças, entre músicos, estudantes e militantes de movimentos sociais. O evento político está agendado para o dia 25 de janeiro próximo. Os dirigentes da nova legenda aproveitam para esclarecer que o UP não é um partido de caciques, fisiológico nem de aluguel. Danôsse!
Viva o Natal
E quem anda se divertindo muito neste período de festas natalinas é o ex-governador Jackson Barreto (MDB). Noite dessas, ele curtiu a roda gigante do Museu da Gente Sergipana, circulou pela feirinha de artesanato da Praça Camerino e assistiu o show da Orquestra Jovem de Sergipe. Ao final da animada maratona, JB disse que pra ele, “Natal de rua sem a programação do Museu da Gente Sergipana não é Natal”. Marminino!
Criatividade mortal
O brasileiro é o sujeito mais criativo desse mundão de meu Deus. Outro dia, um vendedor de Chumbinho – veneno clandestino utilizado como raticida – anunciava o produto, aos berros, numa feira da periferia de Aracaju: “Aproveitem a promoção, comprem agora a última comida do rato”. Crendeuspai!
Recorte de jornal
Publicado no jornal Correio de Aracaju, em 1º de julho de 1929.