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Governo de Sergipe deixa 100 mil pessoas sem água

A Deso promete normalizar o abastecimento logo após o conserto da aduora

Um conserto de emergência na Adutora do Semiárido, mantida pelo governo de Sergipe, deixou sem água, nesta segunda-feira (18), cerca de 100 mil moradores de Carira, Frei Paulo, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Glória, São Miguel do Aleixo, Pedra Mole, Pinhão, Gararu e Ribeirópolis. Também foram afetados os Povoados Queimadas, Lagoa da Mata, Salgado, Caenda, Velame e Malhada das Capelas. A previsão da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) é que o conserto seja concluído até às 19 horas desta segunda-feira (18).

Mesmo com a tubulação recuperada, a população abastecida pela adutora ficará sem água tratada nas torneiras no espaço de tempo necessário para encher por completo a tubulação com 600 milímetros de extensão. A Adutora do Semiárido rompe com frequência a sua grossa tubulação, deixando desabastecidos os moradores do sertão sergipano. E por que o equipamento apresenta tantos defeitos? Oficialmente, a Deso não informa o que tem causado os constantes rompimentos, porém, à boca miúda, engenheiros da estatal garantem que o problema está no material usado: tubos de RPVC (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro).

Não tem conserto

Segundo engenheiros que participaram da implantação da Adutora do Semiárido, era para ser utilizada tubulação de aço, porém havia uma exigência em Brasília para que os canos fossem de RPVC, à base de resina poliéster, fibras de vidro, cargas minerais e aditivos. Não adiantaram as pressões e argumentos da Deso em favor da tubulação de metal, tendo, afinal, o governo estadual cedido, pois só assim garantiria o financiamento para iniciar as obras da adutora.

Para estes engenheiros, que não aceitam se identificar, a pressão da água no começo da adutora é muito forte, provocando movimentos constantes na tubulação e, consequentemente, o seu rompimento. O problema tem ocorrido nos primeiros cinco quilômetros, justamente onde a pressão é muito elevada. Por ser uma obra nova – a adutora começou a operar em 2010 – dificilmente o governo estadual conseguirá financiamento para substituir a tubulação de RPVC, alternativa sugerida pelos técnicos para resolver os constantes problemas. Para eles, não adianta consertar, pois os tubos vão continuar se rompendo.

Mais de 50 km de extensão

Com 56,2 quilômetros de extensão, a adutora sai de Porto da Folha, a 190 quilômetros de Aracaju – ao lado da Adutora do Alto Sertão – atravessa o município de Gararu e chega ao reservatório em Nossa Senhora da Glória, localizada a 126 quilômetros da capital.

O flutuante de captação de água no Rio São Francisco tem capacidade de bombear 300 litros de água por segundo. Até chegar à Estação de Tratamento de Água (ETA), localizada também em Porto da Folha, a tubulação de 600 mm percorre quase seis quilômetros de extensão transportando água bruta que passa pela primeira das três estações elevatórias que estão implantadas ao longo do percurso da adutora.

Água tratada

A partir da ETA, a água é transportada de forma tratada. Daí passa pela segunda estação elevatória, que ajuda a bombear a água para uma caixa de passagem no povoado Lagoa Rasa, em Gararu. Trata-se, na verdade, de um reservatório de concreto armado de 13,92 metros de altura e oito metros de diâmetro.

Da caixa de passagem até a terceira estação elevatória, a tubulação percorre mais 14 quilômetros. Depois passa por outra elevetória, essa bombeia até um reservatório (uma caixa de passagem) que leva água até Lagoa Rasa, em Gararu, onde tem outra elevatória, de lá bombeia de novo até um reservatório em Nossa Senhora da Glória. É partir dali que a água passa a ser distribuída para os 25 municípios. Diretamente, são beneficiadas as cidades de Nossa Senhora da Glória, Carira, São Miguel do Aleixo, Nossa Senhora Aparecida, Frei Paulo, Pinhão e Pedra Mole. Indiretamente, todos os demais municípios, atendidos pela regional do Sertão ganharam maior oferta de água com a ampliação do sistema de abastecimento.

Por Destaquenotícias

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8 Comments

  1. Vilma de Jesus Lapinha disse:

    Eu de Pedra Mole fiquei o mês passado 45 dias e até a presente data 18 dias a falta de água virou rotina só não fico sem água porque tive que comprar uma caixa d’água de 6000 ml afora 430 reais de agua comprada de carro pipa

  2. Roberto Costa Carvalho disse:

    Essa história sobre o material da tubulação é realmente história, lorota, conversa para boi dormir. Não faz o menor sentido Brasília alterar especificação de material contrariando recomendação técnica. Por que não apurar o que realmente aconteceu? Por outro lado, acho que o governo estadual não tem cancha para resolver a situação, prefere só botar ar refrigerado nas escolas.

  3. Roberto Valadares disse:

    Aqui em Carira, na minha rua, já são 2 meses sem água, partindo para 3 meses, uma verdadeira vergonha, a conta chega certinha. Já tentei resolver com a Deso, prefeito, vereador, enviando mensagem para emissoras de tv, sem sucesso.

  4. Aduilson disse:

    Isso é um absurdo um estado não ter saneamento básico, falta de água para sua população, não precisa de governo, que não tem respeito com a população do seu, estado, só procura o povo na época de eleição, tá de parabéns, Sergipe.

  5. Esse governo é um desgoverno, o povo sofrendo sem água, a culpa é desses deputados estaduais que aprovaram a venda da Deso, e o povo na próximas eleições votam denovo nos mesmos deputados!

  6. Cleuma disse:

    Até o presente momento aqui em meu bairro em nossa senhora da gloria, estamos sem água
    Desde de março/ 2024 que estamos nesse sofrimento.
    Só chega os talões que temos que pagar.

  7. Gilderman dos Santos Lima disse:

    Em Amparo do são Francisco só temos água de segunda a quinta, sexta, sábado e domingo não temos água, nossa sorte, graças a Deus é o Rio São Francisco, mas mesmo assim complicado.

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