Por Marcos Cardoso
O Estádio Estadual Lourival Baptista, inaugurado há 52 anos, no dia 9 de julho de 1969, foi construído em tempo recorde para os padrões da engenharia no Brasil. O então governador Lourival Baptista, que deu nome ao estádio, o entregou ao público em pouco mais de um ano.
Localizado no limite entre os bairros São José e Treze de Julho, o popular Batistão, maior praça esportiva sergipana, foi idealizado para substituir o antigo Estádio Estadual de Aracaju, garantindo melhor condição para a prática do futebol e mais conforto para quem vai ao estádio torcer pelo seu clube.
O baiano Lourival Baptista foi o primeiro governador sergipano indicado pelo regime militar. Habilidoso e popular, ele fez um governo operoso e de grandes realizações. Construiu o Edifício Estado de Sergipe, uma espécie de centro administrativo que ficou conhecido com o nome de Maria Feliciana. Com 28 pavimentos, é até hoje o maior prédio construído no Estado e do alto do qual, diz a lenda, ele gostaria de avistar a sua querida São Cristóvão, onde foi prefeito e se revelou para a política.
Mas o Batistão é considerado a sua principal obra. A inauguração do estádio foi um evento que mexeu com a auto-estima do sergipano.
O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, veio cantar o Hino do Batistão, que ele compôs em parceria com o jornalista Hugo Costa. Os artistas Josa, o Vaqueiro do Sertão, Clemilda e Gerson Filho também estavam presentes à festa.
Mas a grande atração do evento foi a Seleção Brasileira, que se preparava para conquistar o tricampeonato na Copa do México no ano seguinte, e que enfrentou um combinado de jogadores dos times locais.
Comandada por João Saldanha, a seleção de Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza, Gerson, Tostão, Jairzinho, Edu e outro Rei, o Pelé, goleou o selecionado sergipano por 8 a 2. O primeiro gol anotado no Batistão foi de Toninho Guerreiro, da Seleção Brasileira. O primeiro sergipano a balançar a rede foi Clodoaldo, também do selecionado nacional. Ainda teve o primeiro gol contra, marcado pelo zagueiro Beto, da seleção local.
No primeiro dia de funcionamento o Batistão registrou seu recorde de público: mais de 45 mil pessoas lotaram as arquibancadas, as cadeiras e a geral do estádio. Tinha gente até nas torres, segundo lembra o radialista Carlos Magalhães, que transmitiu a festa e o jogo.
Magalhães ficou responsável pela recepção dos profissionais da imprensa nacional, muitos acomodados em casas de pessoas amigas, por que a rede hoteleira local não deu conta de tantos visitantes.
Mas o Batistão também teve momentos de tristeza, lamento e quase tragédia. Em 1998, o estádio fechou as portas após a queda de uma das marquises. A tragédia poderia ter acontecido porque dias antes, uma festa de Natal promovida pelo governo do Estado reuniu mais de 20 mil pessoas e muitas crianças.
Em 2013, o Estádio Lourival Baptista passou por sua primeira grande reforma, quando virou centro de treinamento da seleção da Grécia, na Copa do Mundo de 2014. A reinauguração oficial só aconteceu em fevereiro de 2015, no triunfo do Confiança sobre o Vitória, pela Copa do Nordeste, já como Arena Batistão.
Tudo passou a ser novo, o sistema de drenagem, iluminação, gramado e estacionamento. Os vestiários, cabines de rádio e televisão, camarotes e sala de comando foram climatizados. Também foi instalado um moderno placar de 25 metros quadrados, catracas eletrônicas e sistema de sonorização.
A Arena Batistão hoje tem capacidade para acomodar 15.575 pessoas.
Em outubro de 2015, quase 20 mil pessoas lotaram as arquibancadas e as cadeiras especiais instaladas no gramado para assistir ao show do Rei da Jovem Guarda, Roberto Carlos. O espetáculo concretizou um dos objetivos da Arena Batistão, o conceito de multiuso, local para jogos de futebol, shows musicais e megaeventos.