O Hino de Sergipe pode ser jogado no lixo em breve. Veja o que publicou na edição de domingo (18) e segunda-feira (19) do Jornal da Cidade, o jornalista Ivan Valença: “A letra de Manoel Joaquim de Oliveira Campos e a música de Frei José de Santa Cecília nunca foram uma unanimidade. De fato, são poucos, raros mesmo, os que gostam do Hino de Sergipe.
Por causa disso, o reitor da Universidade Tiradentes professor Jouberto Uchoa de Mendonça, apresentou sugestão em plenário da Academia Sergipana de Letras (ASL) para que se envie um ofício ao governador do Estado, Jackson Barreto (PMDB), sugerindo-lhe a abertura de um concurso público para mudar o Hino. Não seria nem fazer adaptações ao ‘alegrai-vos, sergipanos’ – este o início do Hino – mas mudá-lo in totum, jogá-lo no lixo.
Uchoa expressou então sua opinião: O Hino de Sergipe é pouco conhecimento porque é muito longo e de música complicada. A sugestão do reitor foi aprovada por sete votos a quatro. Ao lado da proposta de Uchoa está, por exemplo, o ex-governador e imortal Albano Franco.
Receosa que o governador Jackson Barreto possa acatar o ofício da Academia Sergipana de Letras e tomar as devidas providências para substituir o Hino, a professora Aglaé Fontes, também da ASL (ela votou contra a proposta), já se dirigiu ao Ministério Público para tentar barrar a iniciativa.
Outro acadêmico, o professor Luiz Ribeiro Soutello, explica que o Hino é pouco conhecido ‘porque realmente a letra é muito extensa’, mas o melhor caminho seria fazer correções nela. Ele explica que o Hino não é popular porque em determinado momento do período ditatorial, o então presidente Getúlio Vargas (PTB) proibiu a execução de hinos estaduais e até a exposição de bandeiras dos Estados. A medida durou algum tempo. Os hinos praticamente foram esquecidos…”.
Veja abaixo, a letra do Hino do Sergipe
Alegrai-vos, sergipanos,
Eis que surge a mais bela aurora
Do áureo jucundo dia
Que a Sergipe honra e decora.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
A bem de seus filhos todos,
Quis o Brasil se lembrar
De o seu imenso terreno
Em províncias separar.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
Isto se fez, mas, contudo
Tão cômodo não ficou,
Como por más conseqüências
Depois se verificou.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
Cansado da dependência
Com a província maior,
Sergipe ardente procura
Um bem mais consolador.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
Alça a voz que o trono sobe,
Que ao Soberano excitou;
E curvo o trono a seus votos,
Independente ficou.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
Eis, patrícios sergipanos,
Nossa dita singular,
Com doces e alegres cantos
Nós devemos festejar.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
Mandemos porém ao longe
Essa espécie de rancor
Que ainda hoje alguém conserva
Aos da província maior.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
A união mais constante
Nos deverá consagrar,
Sustentando a liberdade
De que queremos gozar.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
Se vier danosa intriga
Nossos lares habitar,
Desfeitos aos nossos gostos
Tudo em flor há de murchar.
O dia brilhante
Que vimos raiar,
Com cânticos doces
Vamos festejar.
(Crédito/blog de Fernando Machado)