Turistas e os moradores de Laranjeiras assistem, neste domingo (13), a apresentação anual dos Lambe-Sujos e Caboclinhos. Os personagens circulam pelas cidade encenando a guerra entre os dois grupos. Eles representam as investidas que os indígenas faziam aos quilombos, a mando dos capitães-do-mato dos engenhos, para derrotar e aprisionar os negros escravos fugidos, posto que os índios conhecessem melhor a região e teriam como recompensa o que de bens materiais pudessem arrecadar dos negros.
Lambe-Sujos e Caboclinhos são dois grupos folclóricos unidos num folguedo que se baseia no episódio da destruição dos quilombos. O grupo dos Lambe-Sujos é formado por meninos e homens totalmente pintados de preto, usando uma mistura de tinta preta e melaço de cana-de-açúcar para ficar com a pele brilhosa. Eles usam short e um gorro de flanela vermelha. Nas mãos, uma foice, símbolo de luta pela liberdade. Fazem parte do grupo o Rei”, a Rainha e a “Mãe Suzana”, representando uma escrava negra.
Após uma alvorada festiva, os Lambe-Sujos saem às ruas, acompanhados por pandeiros, cuícas, reco-recos e tamborins, roubando diversos objetos de pessoas da comunidade que são guardados no “mocambo”, armado em praça pública. A devolução dos objetos é feita mediante contribuição em dinheiro pelo proprietário do objeto roubado. Junto com os Lambe-Sujos se apresentam os Caboclinhos, que pintam o corpo de roxo-terra e usam indumentária indígena: enfeites de penas, cocar e flecha nas mãos.
A brincadeira consiste na captura a rainha dos Caboclinhos pelos Lambe-Sujos, que fica aprisionada. À tarde, há a tradicional “batalha” pela libertação da rainha, da qual os Caboclinhos saem vitoriosos. O grupo musical que acompanha o folguedo é composto por ganzás, pandeiros, cuícas, tambores e reco-recos. Hoje, a “Festa de Lambe-Sujo”, como é conhecida, tornou-se uma das mais importantes da cidade de Laranjeiras.