O fusca é um dos carros mais queridos da indústria nacional e também o primeiro clássico. Sua produção foi iniciada em 20 de janeiro de 1959 data em que comemoramos o dia Nacional do besouro. Dentro da Garagem Volkswagen, que reúne clássicos da marca, muitos deles preservados desde zero km, algumas evoluções marcam a história do Volkswagen sedã.
A Volkswagen mantém três fuscas interessantes em seu acervo. Um modelo última série na cor vermelha fabricado em maio de 1986 retirado da linha de produção para compor o acervo. Também mantém um fusca Cabriolet fabricado em 1996 e que teve apenas quatro unidades produzidas nesta configuração Além dele, o mais interessante, é o primeiro Fusca Itamar produzido em 1993. Aliás, foi nele em que o ex-presidente Itamar Franco desfilou quando foi visitar a fábrica da Volkswagen em São Bernardo para conferir de perto a retomada da produção do carro.
Voltar a produzir o Fusca não foi apenas uma decisão administrativa. Ela envolveu todo o time de engenharia da Volkswagen para reaver um maquinário, o ferramental, os ajustes e muitas peças que já haviam sido vendidas a outros fabricantes há anos atrás.
“Tivemos que recontratar alguns funcionários que já não faziam parte da nossa equipe que trabalharam décadas na produção do Fusca, profissionais que sabiam abrir desenhos em pranchetas e ajustar o maquinário para que o fusca pudesse voltar a ser produzido“, disse André Drigo, gerente de produtos da marca e também responsável pelo acervo da garagem Volkswagen.
Características do modelo 1986
Embora ainda fosse um modelo antiquado para a década de 80 sobretudo após o início e o advento da linha gol, Voyage, Parati e Saveiro, o Fusca ainda tinha clientes cativos e vendia muito bem na metade dos anos 80. No entanto o início das primeiras regras de segurança e emissões levaram a uma tomada de decisão por abrir mão de sua produção ainda feita em um processo manual para produtos mais modernos.
O Fusca 1986 representa as últimas evoluções mecânicas do besouro. Tinha motor 1600 boxer refrigerado a ar com 65cv, alimentado por dois carburadores, ignição eletrônica, freios a disco, e uma padronagem que já era bem atualizado em relação aos primeiros modelos do final dos anos 1950. Tinha painel revestido em plástico preto, o volante usado na linha do Gol, instrumentação mais moderna, novos bancos mais anatômicos e mais largos.
O exemplar guardado tem motor 1600 alimentado a etanol e já com tanque de partida a frio e um botão local localizado à esquerda do painel para injeção de gasolina. Mas sem dúvida uma das peças mais interessantes do acervo é o fusca 1993 que marca o reinício da história do besouro no Brasil. Aquela altura já haviam 13.000 pedidos de clientes esperando para receber o seu fusca novo na garagem. e ele de fato receber uma série de aprimoramentos mecânicos e de itens de série.
Pára-choques metálicos
O Fusca Itamar tinha visual com pára-choques metálicos pintados na cor do veículo e revestidos com um amplo borrachão, pneus radiais, friso lateral e sistema de faróis duplos. Por dentro pagem de revestimento era na cor cinza, tendência da época. O painel tinha revestimento cinza e com mais instrumentos com formato oval e o volante também era o mesmo do Gol dos anos 1990.
Mecanicamente, o Fusca Itamar tinha alguns aprimoramentos interessantes mas, lamentavelmente, não recebeu alimentação por injeção eletrônica, algo que o modelo fabricado no México até 2003 já oferecia. Ele tinha o mesmo motor 1600 Boxer porém Com 57cv de potência, a adição de um catalisador para filtrar gases poluentes, pneus radiais para maior conforto, Novo sistema de velas e também sistema elétrico de maior potência.
O último suspiro do Fusca foi a série ouro com 1500 unidades produzidas marcando finalmente a despedida do carro do mercado brasileiro. Seja como for guardar dezenas de exemplares em uma garagem é um feito notável em prol da história da própria indústria automobilística brasileira.
Por Marcos Camargo Jr, do site R7 (Foto: site Autoentusiastas)