Ilhados, índios Xokós pedem socorro

A cheia do Rio São Francisco atingiu duramente os índios Xokós. Desde que a vazão diária do “Velho Chico” chegou a quatro mil metros por segundo ( 4.000³ m/s) eles estão enfrentado dificuldades para deixar ou retornar à aldeia localizada na Ilha de São Pedro, no município sergipano de Porto da Folha. As águas cobriram o único acesso à comunidade por uma estrada de terra, obrigando as famílias a se arriscarem em pequenas canoas, única forma para transportarem pessoas que precisam de atendimento médico.

A cheia do “Velho Chico” afetou 13 municípios sergipanos

Os índios acusam a Prefeitura de Porto da Folha de fazer vistas grossas para o problema e temem que ocorra uma tragédia, pois as pequenas canoas podem virar devido a força da correnteza. Segundo eles, a lancha que fazia a travessia para a Ilha de São Pedro está quebrada há muito tempo. Ronaldo Pereira da Silva, representante do Distrito Sanitário Especial Indígena de Sergipe e Alagoas, também empurra o problema para a Prefeitura. Ele garante que o transporte para a Ilha é responsabilidade da gestão de Porto da Folha, que foi avisada com antecedência sobre a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Xingó, em Canindé do São Francisco.

Defesa Civil

E o problema vivido por quem mora na Aldeia Xokó não tem prazo para acabar, pois a vazão do Rio São Francisco vai permanecer alta. Segundo o superintendente estadual de Proteção e Defesa Civil, tenente-coronel Luciano Queiroz, a defluência mantêm-se na média diária de 4.000³ m/s e a previsão é de que permaneça neste mesmo nível pelas próximas semanas.

A Defesa Civil Estadual continua monitorando a situação dos 13 municípios afetados pela cheia do rio, junto às coordenadorias municipais de Defesa Civil, e orienta a população para ficar atenta às emissões de alerta. Também reforça aos banhistas para que, antes de se aventurarem no rio, procurem pontos que ofereçam segurança, assim como locais onde tenham guarda-vidas.

Fotos:  Dany Xokó e Defesa Civil Estadual