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Consumidores compram as marcas mais baratas

A população está gastando mais e levando menos itens para casa

Inflação, juros altos e o aumento dos preços de bens e serviços, que trazem consigo maior endividamento, custo de vida elevado e o empobrecimento das famílias, estão fazendo o consumidor mudar seu comportamento, principalmente na compra de alimentos, no consumo de energia elétrica e na economia de combustível. Isso é o que mostra uma pesquisa realizada pela Proteste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.

Os resultados da pesquisa indicam que, desde o início do ano, mais de 90% dos entrevistados já mudaram seus hábitos nas principais áreas de consumo, especialmente em relação a energia elétrica, alimentação e mobilidade, em alguns casos, incluindo também saúde e atividades sociais. Desses, 70% contaram ter desligado aparelhos ou evitado usá-los a frequência que estavam acostumados, para economizar energia elétrica.

Quanto à alimentação, 65% dos consumidores passaram a comprar no supermercado marcas de preço mais baixo, como as marcas próprias das redes, e uma em cada três pessoas diz ter cortado os alimentos não essenciais. A cada dois entrevistados, um afirmou que está comprando uma quantia menor de peixe ou carne.

No que diz respeiro à mobilidade, três quartos dos entrevistados revelaram ter mudado seu comportamento de consumo, são 45% os que estão deixando de usar o carro por conta do combustível mais caro, e 28% os que disseram estar dirigindo de maneira mais econômica.

Deixar para depois

As famílias com renda mais baixa foram atingidas com maior intensidade, mas até consumidores que têm uma situação financeira “mais confortável”, tiveram de mudar alguns hábitos. Mais da metade, 53%, afirma ter renunciado ou adiado a compra de roupas para si, 47% cortaram atividades sociais, como a ida a restaurantes e bares, e 30% tiveram de mudar os planos para as férias. Também teve uma parcela que cancelou o atendimento odontológico (29%), outra que adiou consultas médicas (26%), e um grupo que deixou para depois a compra de óculos ou aparelhos auditivos (20%).

O corte de custos essenciais indica que a qualidade de vida dos consumidores foi afetada. Quase um quarto de todos os entrevistados descreveu a situação financeira da família como difícil, sendo que 39% declaram que, neste momento, a condição é pior do que a de um ano atrás. E mais da metade dos entrevistados (58%) indicou não ter margens ou economias para lidar com futuros aumentos de preços.

Fonte: Portal R7

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