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Itabaiana exporta suas semi-jóias para todo o Brasil

A semi-jóia é um meio termo entre joias e bijouterias

Itabaiana está entre as cidades brasileiras que mais produzem semi-jóias. Os empresários não falam em cifras, mas comenta-se que o setor movimenta no município algo em torno de R$ 10 milhões anuais. As indústrias de semi-jóias empregam cerca de 800 pessoas, todas com carteiras assinadas. “Como a demanda por mão de obra é grande, antes terceirizávamos muito. Hoje, ainda terceirizamos, mas desde que as empresas sejam regularizadas e respeitem o trabalhador, conforme acordo feito no Ministério Público do Trabalho”, explica Luiz Carlos Santana, o ‘Bebelêu’, dono da JSL Folheados.

Cada vez mais crescendo no mercado, a semi-jóia é um meio termo entre joias e bijouterias. Trate-se de peças produzidas em metais não preciosos, que passaram por banho de ouro 18 quilates, ródio ou prata. Portanto, é um produto mais personalizado e com uma vida útil maior que o da bijouteria. E ao mesmo tempo é também um acessório mais seguro que a joia propriamente dita, além de ter um preço muito mais acessível.

Só investe em Itabaiana

Ainda muito jovem, ‘Belelêu’ foi tentar a vida em São Paulo, aonde aprendeu o ofício. Mas a saudade da terra natal só o deixou três anos afastado de casa. “Lá era muito frio. Depois, eu amo demais Itabaiana, tanto que já recebi propostas de abrir empresas em outras cidades, com todos os incentivos, mas não aceitei. Só invisto em meu município e em Sergipe”, garante Luiz Carlos.

O empresário explica que um brinco, por mais simples que seja, chega a passar pelas mãos de um profissional por até 15 vezes, “pois só sai da fábrica com o padrão de qualidade tradicional das mercadorias itabaianenses”. A princípio, o processo se dá com a montagem da peça, que já possui designers especializados em Itabaiana. Depois de montada, passa por sete banhos de produtos químicos, sendo inicialmente uma lavagem, dois banhos de cobre, um de ácido por duas vezes e outro alcalino, um banho de níquel e mais três de prata ou ouro a depender da peça.

O processo de fabricação na indústria itabaianense leva em conta a responsabilidade ambiental. Durante todo o processo químico, um exaustor industrial recolhe o ar, transforma-o em água, que é levada até imensas caixas d’água para ser decantada e acrescida de produtos que fazem a separação dos elementos químicos utilizados. A sobra – uma espécie de lama – é compactada e enviada para a Alemanha, aonde tudo é reutilizado.

A água usada nos banhos das semi joias também é recolhida e, depois de retirados os produtos químicos, volta a ser reaproveitada para o banho de outras peças. “Antes de trabalhar aqui, eu usava uma semi joia, mas jamais imaginava todo esse processo. Hoje, trabalhando na área, vejo que se trata de alta tecnologia industrial”, atesta a química Márcia Passos.

Vaidade feminina

Todo esse processo resulta em ótimos negócios, mas o que, de fato, faz este setor ser tão grande é a vaidade feminina. É muito por causa disso que as semi-jóias contribuem para manter Itabaiana com a fama de ‘cidade do ouro’. Nas joalherias da cidade, além dos produtos genuinamente feitos com mais puro e nobre metal, as semi-jóias ganham um espaço cada vez melhor, tanta pela beleza, quanto pela qualidade dos produtos.

No Brasil, mais de 3 mil micro e pequenos empresários trabalham no mercado de bijuterias e semi-joias. Em São Paulo, um ateliê se destaca na fabricação de peças com as cores e símbolos do Brasil. De acordo com o consultor Bill Provin, existem duas maneiras de começar um negócio de semi-jóias com baixo investimento. A primeira é comprar em feiras e revender para o consumidor final – o que exige investimento inicial aproximado de R$ 5 mil. Também é possível comprar a matéria-prima, montar as peças e vender para lojistas. Neste caso, o investimento inicial num ateliê é de cerca de R$ 30 mil.

Por Adiberto de Souza

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