Como de costume, o ex-governador Jackson Barreto fez declarações polêmicas ao ser questionado sobre quem era o preferido dele para suceder Belivaldo Chagas (PSD) no governo de Sergipe. Entrevistado pela rádio Fan/FM, JB esquivou-se da pergunta: “Você tá doido? Quer tocar fogo no cabaré? Não vou opinar para não tocar fogo de vez no cabaré. Eu já estou muito velho, tenho que ter juízo”, vaticinou.
Diante da insistência do entrevistador sobre a sucessão estadual, JB adiantou que, apesar de ter as suas preferências, não cabe a ele fazer essas colocações no momento, pois participa de um grupo que ainda não se posicionou publicamente sobre o assunto. “O governador Belivaldo vai definir. Eu não vou antecipar os fatos. Já tive o meu momento”, pontuou.
E, como ele mesmo alertou, “para não botar fogo no cabaré”, Jackson citou praticamente todos os governistas pretendentes à cadeira ocupada hoje por Belivaldo Chagas: “Tenho muito respeito por Ulices Andrade. Edvaldo tá ai fazendo uma boa gestão. Rogério é o nome do PT que vem desempenhando um bom trabalho no Senado. Mitidieri é um pestinha na política, um guerreiro, um bom amigo. Quanto a Laércio eu ouço falar, mas a mim nunca foi a colocada a candidatura dele ao governo”.
Bolsonaro
Sobre o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-governador não economizou nas críticas, acrescentando que está muito triste como a forma pela qual o governo federal vem combatendo a pandemia. “Está provado pela ciência que quanto mais vacinados, menor o número de mortes. Nós poderíamos estar em outra situação se o governo tivesse se antecipado na compra de vacinas. Lamentavelmente, o nosso país tem sido governado de forma estupida, incompetente e o resultado é esse número absurdo de 400 mil pessoas que se foram”, lamentou.
Com relação a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta pelo Senado para investigar as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia de coronavírus, Jackson Barreto avaliou como um processo natural para “apurar as responsabilidades daqueles que faltaram com seus deveres”. E sobre a abertura de uma CPI idêntica na Assembleia Legislativa de Sergipe? “Os fatos no cenário nacional são completamente diferentes dos locais. Os bolsonaristas não têm como justificar isso e ficam querendo fazer CPI aqui também. Eles deveriam assumir logo que são bolsonaristas e pronto”, fustigou.
Candidatura
Para quem pensava que JB havia pendurado as chuteiras politicamente, ele adiantou que pode ser candidato a deputado federal, em 2022, por acreditar que ainda pode contribuir muito para Sergipe. “Tenho conversado com Edvaldo, com Belivaldo e com aliados no interior do estado, mas essa é uma questão que eu não vou decidir agora”, disse.
Jackson já declarou que vota em Lula, caso o petista seja candidato a presidente da República em 2022. Durante a entrevista ao Jornal da Fan, o ex-governador lembrou que é amigo pessoal do líder petista e que esteve ao lado dele desde a greve dos operários em São Bernardo do Campo, em 1970. “Eu voto em Lula, mas faço parte do agrupamento de Belivaldo. Todos sabem da minha posição, da minha preferência para presidente da República. Não tem quem faça eu mudar isto. Dei a minha vida toda por um projeto e hoje, com os cabelos brancos, não vou mudar minha forma de pensar”, afirmou.
Mudança de partido
Membro histórico do MDB em Sergipe, Jackson tem muitas críticas ao partido e pode deixá-lo para se filiar a outra sigla, porém preferiu não adiantar a saída da legenda. “Se fizerem uma aliança com Bolsonaro, nem de perto eu quero saber do MDB. Eu não quero estar no partido com Temer, um sujo, falso e sem palavra. Ele já tramava dar um golpe, criou no país o monstro que criou. Eu não tenho coragem de olhar para Temer. É difícil essa convivência”, finalizou.
Fonte: Portal Fan/F1