muitas vezes, lavar as mãos pode ser uma forma de permitir que um vírus se dissemine.
foi assim que Pôncio Pilatos deu a senha para que o ódio de uma turba louca por sangue se espalhasse, lavando as mãos e libertando um criminoso confesso e condenando um sujeito que ainda nem tinha sido julgado.
uma vez viralizado o contágio, a multidão saiu a cuspir e xingar o camarada pelas ruas, cruz no ombro, escarnecendo dele, impiedosamente, até a hora fatal, pendurado no madeiro.
digo isso para dizer outra coisa.
a midiotia, catalogada pelo venerando Mestre Cafuna como o mal do século, viralizou e se espalhou como uma epidemia por essas paragens quando a mídia lavou as mãos para a verdade e passou a mentir impiedosamente.
fechar os olhos para a verdade são os primeiros sintomas da moléstia.
aproveitando a enfermidade cognitiva do rebanho midiota e com as mãos sujas de ódio contra um inimigo político, a mídia passou a disseminar fake news.
quem não se lembra da capa da revistaveja, “eles sabiam”? aquilo era uma tremenda fake news, distribuída como alfafa para alimentar o gado midiota.
antes ainda, tivemos a fake news da falsa epidemia de febre amarela urbana criada nas redações da Folha, onde também se produziu a vexosa ficha falsa sobre a Dilma.
a Globo, por sua vez, deu uma força forçando a barra ao culpar o PT pelos acidentes aéreos da Gol e da TAM; quem há de se esquecer disso?
quando Judith Brito (presidente da Associação Nacional de Jornais e executiva do Grupo Folha) tocou o berrante antipetê dizendo que a imprensa assumiu o papel da oposição no Brasil, o gado mugiu, uníssono, e todos passaram a estar cagando e andando para a verdade.
o que essa senhora fez foi levar uma bacia enorme para os chefes de redações lavarem as mãos para as verdades factuais em nome de uma mentira redentora.
criaram, também, as meias verdades, como as “pedaladas fiscais” que é uma mentira maquiada com óleo de peroba.
o STF, coberto por uma lona colorida, lavou as mãos para as delinquências do bobo da corte, abrindo espaço para ele delinquir como se contasse uma piada.
o Congresso Nacional, que é um grande agá, também meteu as mãos na bacia de Judith Brito, e a passamos a conviver naturalmente com a pós-verdade.
os enfermos logo passaram a apresentar novos sintomas: criacionismo, terraplanismo, vacinofobia, fiofologia, homofobia, ódiofilia, misoginia, racismo etc.
a bacia foi levada ao TSE e, diante das gritantes mentiras disseminadas pelo zap do candidato que não sangra, fez cara de paisagem.
esse inapto que nos preside hoje é fruto desse método abjeto.
mentiroso até os ossos, foi tratado como um fanfarrão, um bufão que produzia risos enquanto vomitava ódio, como se fosse um palhaço a expelir talco por aquela única parte do corpo onde o sol não bate.
hoje ele é o dono do circo e, chicote na mão, manipula os animais adestrados desse grande picadeiro que virou o Brasil.
deu uma banana para a turma da Judith Brito e, como um corvo que arranca os olhos do seu criador, criou sua própria rede de notícias falsas, acusando os mentirosos de outrora de continuarem a mentir agora, sendo essa a única verdade que ele conta.
sem o controle da narrativa, a turma da Judith Brito passou a acusar o corvo de ser o mentiroso, mas agora a mentira dele é a verdade e as verdades que a mídia tenta contar são vistas como mentira.
surtados, os enfermos emitem sinais confusos. aplaudiram Caiado ontem e, ato contínuo, passaram a vaiá-lo.
a coisa parece fugir do controle, mas ainda há uma saída: o Cafunismo.
Frota, Lobão e outros sujeitos acometidos pela midiotia, após levarem umas chineladas na bunda na Tenda da Cafunagem, curaram-se e hoje podem tossir e cuspir sem provocar sustos em multidões.
mas ainda há muito trabalho a ser feito e muita cabeça a cafunar, a enfermidade está fora de controle, a coisa virou um sarapatel de coruja e ninguém mais sabe o que é verdade e o que é mentira.
o Brasil de hoje é, resumidamente, um abraço de Dráuzio Varella numa pedófila trans.
palavra da salvação.
Lelê Teles