“É vergonhoso o tratamento que os comerciários e comerciárias de Sergipe vêm sofrendo por pressões do setor patronal. Nunca se viu o trabalhador do comércio perder o seu piso normativo da categoria e ainda ser ameaçado diariamente pela implantação da maior ferramenta de exploração que é o banco de horas. Como se isso tudo fosse pouco, ainda querem retirar dos trabalhadores o índice de produtividade, já conquistado há muitos anos”, a queixa é do presidente da Federação dos Comerciários e Serviços do Estado de Sergipe, Ronildo Almeida.
Segundo ele, o que os comerciários sergipanos estão vivendo é mais uma crise moral do que econômica. “A verdade é que o patronato deve aos seus trabalhadores, não só reajuste salarial, como também a discussão de novas conquistas para a convenção coletiva de trabalho 2016/2017. Não se pode admitir que esses mesmos patrões que negam salários, retira conquistas e acha que estão fazendo o certo, continuando com a exploração contra a classe trabalhadora”, afirma Ronildo.
Para o presidente da Federação, o reajuste salarial é uma dívida do patronato para com seus trabalhadores, desde maio de 2015 a 30 de abril de 2016. “O que queremos é ser tratados dignamente como trabalhadores e trabalhadoras, pois a condição imposta neste momento é constrangedora, pela própria pressão psicológica a qual estamos sendo submetidos”, frisa. Ronildo lembra que “são esses mesmos patrões que quando dos seus lucros só beneficiam eles e seus familiares, mas quando há ameaça na economia ou qualquer mínima dificuldade, os trabalhadores tem que assumir prejuízos incalculáveis. Apelamos ao bom senso do empresariado do comércio e serviços de Sergipe, para que respeitem os seus trabalhadores”.
Ronildo Almeida segue afirmando que a categoria não pode concordar que, nos dias de hoje, “atitudes e posições dessa natureza prevaleçam com esses espíritos retrógados, atrasados e humilhantes. Esperamos contar inclusive com o apoio da sociedade e a classe politica, que ouve os empresários e que coloquem nas suas conversas, as necessidades dos trabalhadores, pelo que representa os profissionais dessas áreas, responsáveis também pelo crescimento de nosso Estado, através de sua força de trabalho e não se prevaleçam da miséria em que hoje se encontram”.