Dor na relação sexual não é normal. A perda urinária e a falta de lubrificação também não. A partir de sintomas específicos relatados pelos pacientes, ou do encaminhamento médico específico, o Centro de Reabilitação Maria Virgínia Leite Franco, unidade especializada do Ipesaúde, tem promovido a recuperação das funções sexuais em adultos e idosos a partir da abordagem fisioterápica e do apoio psicológico.
Conforme a fisioterapeuta Mila Pires, especializada no tratamento uroginecológico, uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos pacientes deve-se ao temor em abordar essa temática. “Em muitos casos, pela falta de comunicação sobre o problema, e a consequente ausência de tratamento, as pessoas chegam até a passar por crises conjugais, separação, e o decorrente prejuízo para as condições emocionais e a qualidade de vida. Ainda há muito preconceito e temor na abordagem desses temas por algumas pessoas”, revela.
Abordagem
A profissional revela que um dos casos onde houve uma grande evolução, a situação só foi relatada depois de muita conversa com a paciente. “Na realidade, durante o tratamento para outro problema foi que a paciente relatou que estava passando por problemas sexuais com o seu parceiro, devido à perda urinária durante o ato sexual. A partir daí, iniciamos um tratamento baseado em várias técnicas e no encaminhamento psicológico que trouxe resultados muito bons”, descreve a fisioterapeuta em relação à abordagem multidisciplinar.
Tratamentos baseados no relaxamento da musculatura do chamado ‘assoalho pélvico’, a área que envolve a bacia e região genital, utilizando calor, vibração, eletroestimulação, dentre outras técnicas, se mostram eficientes para grande parte dos pacientes. “Por exemplo, uma pessoa que sofre de constipação intestinal poderá ter dor na relação, nos vamos tratar a constipação, o que também propicia uma melhora da relação. A mulher, na menopausa, poderá ter diminuição em sua lubrificação, o que também poderá gerar dor na relação. Nós vamos trabalhar na melhora da circulação, que beneficiará a lubrificação e a consequente possibilidade da obtenção do prazer sexual”, ilustra a profissional.
Nos casos onde é detectada a possibilidade de danos emocionais e traumas, é realizada a automática sincronia com o atendimento psicológico também presente na mesma unidade. “Aqui, realizamos uma ação conjunta, tanto a partir da prescrição médica, quanto do relato dos próprios pacientes durante o seu tratamento, encaminhando para todos os procedimentos necessários na abordagem multidisciplinar que oferecemos. É necessário que as pessoas saibam que grande parte desses problemas é plenamente tratável a partir da Fisioterapia e que é necessário buscar ajuda especializada diante dessas situações. Estamos aqui para ajudar e esclarecer todas essas dúvidas”, conclui Mila Pires.
O atendimento específico da Fisioterapia Uroginecológica ocorre às terças e quintas, das 7 às 13, na própria sede do Centro de Reabilitação, à rua Dom José Thomaz, 339, bairro São José. Informações mais detalhadas podem ser obtidas pelo telefone 3214-3702.
Texto e foto: Ascom/Ipesaúde