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“Dois perdidos numa noite Suja” exibido no imbuaça

O texto da peça é inspirado no conto O terror de Roma do escritor italiano Alberto Moravia

Depois do sucesso da primeira temporada no mês passado, o espetáculo “Dois perdidos numa noite suja  retorna ao espaço cultural Imbuaça, neste fim de semana e no próximo. Os ingressos são limitados e estarão a venda pouco antes do espetáculo, na bilheteria do espaço.

O espetáculo teatral é um clássico do teatro brasileiro de autoria de Plínio Marcos, será apresentado no Espaço Cultural Imbuaça, na rua Muribeca, número 4, bairro Santo Antônio, em Aracaju. A direção do espetáculo é de Roberto Laplagne,  que também é professor do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal de Sergipe. Os atores Leando Handel e Douglas Oliveira protagonizam a peça.

Escrita no ano de 1966, a peça “Dois perdidos numa noite suja” foi apresentada pela primeira vez no mesmo ano, no Bar Ponto de Encontro, para uma pequena plateia. Foi adaptada para o cinema duas vezes, sendo a primeira no ano de 1970 sob a direção de Braz Chediak e a mais recente no ano de 2002 sob a direção de José Joffily. É uma das peças mais famosas de Plínio Marcos, tendo sido montada inúmeras vezes tanto no Brasil como em outros países.

O texto é inspirado no conto O terror de Roma do escritor italiano Alberto Moravia. Dois personagens —- Paco e Tonho —- dividem um quarto numa hospedaria barata e durante o dia trabalham de carregadores no mercado. Todas as cenas se passam no quarto durante as noites. As personagens discutem sobre suas vidas, trabalho e perspectivas, mantendo uma relação conflituosa. O tema da marginalidade permeia todo o texto.

Tonho se lamenta constantemente por não possuir um par de sapatos decente, fato ao qual atribui sua condição de pobreza. Ele inveja Paco que possui um bom par de sapatos e este, por sua vez, vive a provocar Tonho chamando-o de homossexual ao mesmo tempo que o considera como um parceiro. Paco, que já havia trabalhado como flautista, certa noite teve sua flauta roubada quando estava muito embriagado, entorpecido. No final, na tentativa de melhorar suas vidas, ambos são compelidos à realização de um ato que modificará radicalmente suas vidas.

Concepção técnica

Para esta primeira montagem em Sergipe, o conceito da peça é um ringue. A encenação busca enfatizar a luta pela sobrevivência, dentro do contexto da marginalidade que permeia a peça, em uma cenografia que remete ao ringue de competição de lutas, retratando dessa forma simbólica a luta pela sobrevivência, na qual há sempre um perdedor e um vencedor. Assim como está na peça. O texto passou por uma adaptação quanto as gírias e frases de efeito, mas a integra do texto foi mantida, sem nenhum corte. Há também a inserção da linguagem de vídeo em um determinado trecho da peça, para situar o público dos fatos.

A trilha sonora executava ao vivo foi pensada para ilustrar as atmosferas da peça, com uma sonorização que prioriza o uso de instrumentos percussivos. O figurino tem o objetivo de caracterizar as origens das personagens: Paco é um malandro que sempre vivem à margem da sociedade, sobrevivendo às circunstancias que a vida lhe oferece e Tonho, é o tipo moço bom, de família, que saiu de sua cidade para vencer numa grande metrópole, mas por um golpe de sorte, as coisas não saíram como ele planejou e acabou indo trabalhar no mesmo local que Tonho, além de dividir o mesmo quarto de pensão.

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