O Palácio do Planalto deverá conceder a liderança do governo na Câmara ao PMDB a fim de tentar aplacar as queixas da bancada. O partido do presidente Michel Temer está insatisfeito com a perda de espaço na Esplanada dos Ministérios após o PSDB ter assumido, com o deputado Antonio Imbassahy (BA), a Secretaria de Governo na semana passada.
A intenção é evitar que as reclamações do PMDB, a maior bancada da Câmara com 64 deputados, cresçam e possam prejudicar o governo justamente no momento em que Temer deslanchar sua agenda de votações das reformas na Casa, em especial a da Previdência.
A avaliação de interlocutores de Temer é de que a indicação de um peemedebista para o posto poderá “amarrar” nas votações o partido, que perdeu o comando da Secretaria do Governo desde a queda de Geddel Vieira Lima em novembro. Ficaria, dessa forma, difícil a deputados do PMDB votarem contra a orientação de um líder do governo do próprio partido.
A bancada da legenda chegou a mandar sinais ao Planalto de que não aceitaria ficar sub-representado e poderia reivindicar até mesmo o Ministério da Saúde, hoje nas mãos do PP.
O cargo de líder do governo na Câmara atualmente é ocupado por André Moura (PSC-SE), nome ligado ao “Centrão” – grupo de partidos médios que perdeu força com a reeleição, em primeiro turno, do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A mudança, contudo, deverá ocorrer somente na próxima semana.
“É uma opção que está sendo considerada (a concessão da liderança do governo para o PMDB)”, admitiu o presidente do PMDB e líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (RR). “Uma opção concreta”, reforçou.
Fonte: UOL