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Pragas comem parte da nossa produção agrícola

Muita gente não sabe, mas parte considerável da produção sergipana de laranja, banana e milho são destruídos por pragas como clorose variegada do citrus (CVC), Sigatoka amarela e diferentes tipos de lagartas. A cochonilha conhecida como escama farinha também causa sérios danos às plantações de palma forrageira. Lamentavelmente o combate às pragas e doenças é realizado com o uso de agrotóxico, muitas vezes utilizados em excesso e sem qualquer orientação técnica. Calcula-se que o volume de pesticidas aplicados no combate às pragas e doenças no Brasil, equivale a 5,7 litros de veneno por habitante.

De acordo com a Coordenadoria de Defesa Vegetal da Emdagro, o impacto econômico da praga num pomar depende diretamente do manejo e tratos culturais que cada produtor adota na sua propriedade. A explicação para isso é: Quando o agricultor se preocupa em adquirir material vegetativo de boa qualidade, ou seja, mudas em viveiros idôneos, por exemplo, ele reduz esses riscos e prejuízos, diminuindo assim a disseminação de pragas. A Coordenadoria alerta, ainda, que o homem do campo deve ser cuidadoso na implantação da lavoura, observando principalmente a aptidão daquela cultura para a região e ser criterioso na aquisição de mudas ou sementes. Todo material vegetativo precisa estar isento de pragas e doenças, bem como ser observado as condições nutricionais do solo.

Felizmente, todas as pragas detectadas em Sergipe possuem controle conhecido e os técnicos da Emdagro estão preparados para orientar ao produtor rural, bem como os procedimentos para combatê-las. A estatal realiza um trabalho na área de defesa vegetal, coordenando, controlando, orientando e acompanhando a execução das atividades de inspeção e fiscalização relativas às ações de defesa fitossanitária e de produtos de origem vegetal, além de fiscalizar o uso, aplicação, transporte e devolução de embalagens vazias de agrotóxicos. Esta é uma estratégia utilizada para minimizar os riscos de introdução de novas pragas e doenças no Estado e garantir a qualidade dos produtos agropecuários aqui produzidos.

Defesa vegetal

A Emdagro executa várias ações de defesa vegetal, a exemplo da emissão de Permissão de Trânsito Vegetal (PTV), documento que acompanha o transporte de vegetais sendo obrigatório para mudas, borbulhas, sementes, estacas e, particularmente em Sergipe, para frutos de citros e bananeira; combate a CVC, também conhecida como Amarelinho; inspeciona propriedades em relação à Leprose dos citros, Cancro Cítrico, Greening, Mosca da Carambola, Bicho Furão e Pinta Preta, pragas restritas à cultura dos citros que não estão presentes em Sergipe; Inspeciona a fotossanidade em viveiros telados; as propriedades em relação a praga siganoka negra; as propriedades quanto à praga cochonilha do carmim; e monitora a praga Moko da bananeira.

Outra ação da Emdagro no combate às pragas é a capacitação técnica de engenheiros agrônomos visando credenciá-los na emissão de Certificado Fitossanitário de Origem (CFO e CFOC) – CFO, documento que comprova que os produtos agrícolas são oriundos de propriedades rurais isentas de pragas quarentenárias. O CFOC é emitido por profissional credenciado pela Emdagro e garante a isenção de pragas regulamentadas aos produtos que são comercializados nos estabelecimentos de distribuição (Ceasas). Os técnicos da empresa estatal também executam um trabalho permanente de educação sanitária, com realização de seminários, reuniões, palestras e cursos voltados para os agricultores e seus familiares, estudantes e professores.

Agrotóxico em excesso

Segundo a Coordenadoria de Defesa Vegetal da Emdagro, na ansiedade de controlar as pragas e doenças imediatamente, o agricultor compra agrotóxicos sem orientação técnica. Esse hábito é perigoso para saúde do produtor e pode agravar a disseminação de pragas na lavoura. Para mudar esse quadro, a Emdagro vem intensificando a assistência técnica e realizando capacitações de técnicos, estudantes e agricultores através do Centro de Formação e Tecnologia Agroecológica, localizado em Itabaiana e que objetiva disponibilizar e difundir informações e práticas sobre tecnologias agroecológicas.

Entrevistado pela revista do Instituto Humanitas Unisinos, o professor José Juliano de Carvalho Filho denunciou que o uso de agrotóxicos no Brasil é abusivo, exagerado e incontrolável. Doutor em Economia pela Universidade de São Paulo, e pós-doutorado pela Ohio State University, José Juliano integra a Associação Brasileira de Reforma Agrária – Abra. Segundo ele, o Brasil se sujeita a se entregar à economia mundial num lugar subalterno e sob o domínio de grandes empresas multinacionais. “Elas fazem o que querem aqui, sem regulação e com domínio total. E não são punidas por seus crimes ambientais”, reclama.

Atualmente existem cerca de 15 mil formulações para 400 tipos de diferentes agrotóxicos, sendo que cerca de 8 mil estão legalmente licenciados tornando o Brasil, o maior produtor e consumidor de agrotóxicos no mundo. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, os organofosforados e carbamatos são os inseticidas mais utilizados atualmente na agricultura. Esses produtos nas suas diversas formulações são utilizados no combate às pragas e doenças pelos agricultores sem o uso adequado de EPI – Equipamento de Proteção Individual, provocando assim a absorção desses venenos através das vias oral, respiratória e dérmica, causando alteração do funcionamento dos músculos, cérebro, glândulas e morte.

Dos 50 agrotóxicos mais utilizados nas lavouras brasileiras, 22 já foram banidos para uso agrícola nos Estados Unidos e na maioria dos países da Europa e America do SulDe acordo com o Ministério da Agricultura, o desuso d. essas substâncias se dá mais por uma questão comercial do que propriamente por fatores ambientais ou de saúde.

 

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