Na manhã desta terça-feira (05), um agente prisional que pediu para não ter seu nome revelado, enviou um e-mail onde mostra fotos de dezenas de aparelhos celulares que foram recolhidos por agentes prisionais no Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto, (Compencam), em São Cristóvão.
A unida prisional localizada no município de São Cristóvão, tem capacidade para 800 internos e hoje tem mais de 2.500 homens. Em tom de desabafo, o agente diz que o estado não faz investimentos para manter a segurança dos internos e dos próprios agentes. “O Copemcan tem capacidade pra 800 internos e temos hoje aproximadamente 2800 internos e o Governo do Estado não investe naquela unidade, e paga mais de 20 milhões na unidade da Terra Dura que só tem aproximadamente 500 internos. Vocês acham que o governo quer o quê?”, questiona o agente.
Em duas fotos, presidiários ostentam dois facões, um em cada mão e ao lado de um deles, aprece um outro interno com uma camiseta da Sejuc. O que indica que a foto foi feito dentro das celas, já que os aparelhos de telefones foram apreendidos nas celas.
Enxugando gelo
O agente que enviou as fotos e os vídeos diz em tom de desabafo que o trabalho dos agentes prisionais de Sergipe “enxugar gelo”. “Vocês podem ver ai pelo menos duas dezenas de aparelhos celulares, armas artesanais e cachaça que foram apreendidos em poder dos internos no Compencam nesta segunda-feira, durante revista feita no pavilhão 5 na ala B. Essas apreensões são rotineiras em nossos plantões. A pretensão é terceirizar todas as unidades”, afirma o agente.
Em outra foto, aparece outros materiais que foram apreendidos do lado de fora do presídio após os agentes desconfiarem de pessoas que estavam nas proximidades. Assim que foram descobertos, os suspeitos fugiram pelo mato, abandonando todo o material que seria arremessado para dentro do presídio.
Vídeo
No vídeo, localizado em um dos celulares apreendidos, os internos gravaram o “trabalho” que eles estão realizando para conseguir ferros para a confecção de armas artesanais. Eles quebram parte de uma parede para retirar o vergalhão de ferro que futuramente seria usado como um chuncho, que é arma artesanal perfurante.
Munir Darrage, do site Faxaju