A Canoa se Tolda Luzitânia, um patrimônio histórico nacional, já está passando por manutenção na Reserva do Mato da Onça, em Pão de Açúcar (AL). Ela foi colocada em cima dos três calços para permitir à equipe fazer um diagnóstico extenso do casco. A manobra foi possível porque a Hidrelétrica de Xingó, em Canindé do São Francisco (SE), aumentou a vazão do Rio São Francisco de 1.080 m³/s, para 1.400m³/s. Os reparos previstos vão garantir à tradicional embarcação as necessárias condições de flutuação.
A Luzitânia é embarcação tradicional, do tipo canoa de tolda, com capacidade de 200 sacos (cada saco corresponde ao padrão de peso de 60 kg). Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 2010, num processo que levou 10 anos, é das mais antigas ainda hoje navegando no Baixo São Francisco. Embora só tenha sido registrada na Agência Fluvial da Capitania dos Portos de Alagoas, em Penedo, na década de 70 do século passado, os registros orais de sua construção remontam aos anos 20.
Manter a canoa de tolda ativa, em perfeitas condições de navegabilidade, é o principal objetivo do Projeto Luzitânia, incluindo, naturalmente, a conservação, preservação e proteção da embarcação. Apesar de ter passado por um processo inovador de técnicas de restauro e conservação, sobretudo para o casco e superestrutura (a tolda, convés), a canoa Luzitânia é constituída/equipada com elementos compostos por materiais tradicionais, que exigem permanente acompanhamento, recomposição e, ao fim de suas vidas úteis, substituição.
Navegação rotineira
Uma vez ao mês, independente de outras iniciativas e/ou programas da entidade que utilizem a embarcação, a canoa Luzitânia deve fazer uma navegação rotineira, na região do porto em que se encontra, para verificação do estado dos componentes, arejamento do velame, reativação da pintura de fundo e treinamento da tripulação (a navegação com a Luzitânia é uma técnica/arte complexa e exige tempo de formação).
Fonte e foto: Sociedade Canoa de Tolda