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Maconha não é maconha

Por Adiberto de Souza *

Quando era prefeito de Simão Dias, município da região Centro-Sul de Sergipe, o empresário Zé Valadares (PSB) tomou um baita susto ao atender um telefonema de sua inocente chefe de gabinete. Antes, vamos ao princípio da história: tão logo tomou posse, o pessebista resolveu ajudar um amigo de infância, que se transformou em alcoólatra e contumaz usuário de droga, a ponto de ter sido rebatizado pela alcunha de “Maconha”, que ele nunca ligava.

O vício lançou o amigo do prefeito na sarjeta, porém não corrompeu a sua honestidade e presteza para com as pessoas. Para amenizar o sofrimento do conterrâneo, Zé Valadares chamou a chefe de gabinete e determinou que colocasse o nome do velho amigo na relação das famílias beneficiadas com uma cesta básica de alimentos. Como todo mundo na cidade, o prefeito sabia que o dinheiro dado ao pobre “Maconha” era usado pra comprar cachaça e “fumo”. O cabra era maconheiro dos bons, daqueles que dá um tapa na macaca antes mesmo de escovar os dentes.

Pois bem: tendo se deslocado a Aracaju para resolver questões da prefeitura, Zé Valadares estava almoçando num restaurante da Orla de Atalaia quando a chefe de gabinete lhe telefonou agoniada: “Prefeito, a cesta de Maconha está pronta, mando entregar aonde?”. Zé quase caiu pra trás: “Menina, você tá doida? E se meu telefone estiver grampeado? Como é que a Polícia Federal vai saber que ‘Maconha’ não é maconha?” Felizmente, o Graham Bell do prefeito não tava na mira da PF, mas o susto foi tanto que ele perdeu o apetite. Ufa!

  * É editor do site Destaquenotícias

 

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