A proibição de venda e queima de fogueiras e fogos de artifício de Aracaju é uma providência bastante acertada, pois os festejos juninos coincidem com um período de maior incidência de doenças respiratórias, conhecido como outono viral. Quem pensa assim é a A médica infectologista Mariela Cometki. Determinada no decreto nº 6.477 da Prefeitura, a medida visa evitar o desenvolvimento de problemas respiratórios na população, o que poderia agravar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.
“Em um momento de pandemia, com um vírus que causa alterações pulmonares gravíssimas, a proibição do uso de fogueiras, fogos de artifício ou qualquer outra ação que gere fumaça, é muito importante para garantir a saúde de pessoas que já têm alguma doença de base, como asma, bronquite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que ficariam mais vulneráveis e suscetíveis a maiores gravidades se contraíssem alguma doença viral respiratória, como a covid”, detalha a médica Mariela Cometki.
A infectologista reforça, ainda, que a fumaça pode retardar a recuperação de pessoas que estão em tratamento. “A fumaça sensibiliza ainda mais o pulmão, que já está fragilizado por causa da doença. Isso pode agravar o quadro de pessoas que já estão em fase de recuperação”, enfatiza.
Adaptações necessárias
As fogueiras e os fogos fazem parte da tradição do povo nordestino para alegrar os festejos do mês de junho. No entanto, com a nova realidade mundial imposta pela pandemia, é necessário fazer adaptações. “Não vamos deixar de comemorar algo tão tradicional como as festas juninas porque não poderemos acender uma fogueira. Somos um povo muito criativo, podemos fazer fogueiras decorativas, com papel celofane ou luzes dentro, para comemorar, manter nossa tradição, a alegria e, principalmente, a saúde de nossa população”, comenta Mariela.