O comércio varejista voltou a crescer em julho, apesar da inflação e do desemprego. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas subiram 1,2%, na comparação com junho, quando houve queda de 1,7%. Antes disso, o comércio havia registrado duas altas consecutivas, em abril e em maio. Na comparação com julho de 2020 — uma base muito fraca, já que, na época, as medidas restritivas contra a pandemia estavam bastante rígidas —, houve crescimento de 5,7%. O acumulado no ano chegou a 6,6% e, nos últimos 12 meses, permaneceu em 5,9%.
O IBGE apontou que, em julho, houve alta em cinco dos oito setores pesquisados, entre eles o setor de artigos de uso pessoal e doméstico (19,1%), que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, entre outras; e vestuário (2,8%). Em contrapartida, a pesquisa também mostra que o brasileiro consumiu menos livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (-5,2%), móveis e eletrodomésticos (-1,4%) e combustíveis e lubrificantes (-0,3%).
Expectativa
O resultado da PMC de julho veio acima da expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projetava alta de 0,7% no indicador. “Com a revisão dos dados do mês anterior, o setor engatou o quarto crescimento mensal consecutivo, alcançando agora o maior patamar da série histórica da pesquisa”, informou a Confederação, em nota.
O economista sênior da CNC, Fábio Bentes, explicou que, em julho, a circulação de pessoas ainda estava 12% abaixo do período pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Mas, em alguns setores, o comércio já superou os números registrados antes da crise sanitária. “Em artigos pessoais, por exemplo, o faturamento do setor já está 34% acima de fevereiro de 2020. Isso é observado nos segmentos muito ligados ao consumo doméstico, assim como nos materiais de construção que, apesar da queda em julho, teve crescimento de 15,36% em relação a antes da pandemia”, afirmou o economista.
Fonte: Correio Braziliense