Antes de embarcar para os Estados Unidos em viagem particular de 10 dias em companhia da esposa Érica, o governador de Sergipe, Fábio Mitidieri (PSD), assinou dois decretos transformando 25 cargos comissionados em 49 cc’s. Essa não é a primeira vez que o pedessista promove a multiplicação de cargos em comissão. Anteriormente, em apenas um decreto, Mitidieri transformou 13 dessas sinecuras em outras 54.
Questionada, à época, sobre a “multiplicação” dos CCs, a Secretaria Estadual de Comunicação informou que a medida visou “aumentar a força de trabalho para atender à crescente demanda pelos serviços governamentais prestados à população”. A deputada estadual Linda Brasil (Psol) pensa diferente da Secom. Segundo ela, “a prática de ocupação desenfreada de cargos comissionados, em detrimento dos servidores efetivos, é uma afronta direta ao princípio constitucional da igualdade de oportunidades no serviço público”, fustiga.
Aliás, desde o começo do governo Mitidieri que a minúscula oposição na Assembleia condena o que chama de trem da alegria para aboletar no governo apaniguados dos políticos aliados do chefe do Executivo. De acordo com o deputado estadual Georgeo Passos (Cidadania), o governador se elegeu prometendo criar milhares de postos de trabalho, “mas o maior programa de geração de empregos feito por ele até agora foi o de nomear apadrinhados políticos em cargos de comissão”, denuncia.
Vale ressaltar que, de forma genérica, é através dos cargos comissionados que o poder público vai buscar na iniciativa privada gestores técnicos e especialistas para atuar em áreas pré-determinadas. O que se critica são os excessos. Na maioria das vezes, os CCs são utilizados pelos governos como “moeda de troca” para honrar acordos políticos e beneficiar aliados.
Por Destaquenotícias