Morreu neste sábado (13), em Aracaju, o corretor de imóveis Erotildes Araújo, um dos mais antigos na profissão em Sergipe. Em nota, o Creci-SE (Conselho Regional de Corretores de Imóveis 16ª Região) lamentou o falecimento do associado de número 101, solidarizando-se com a família enlutada. Casado com dona Izaíra Araujo, Erotildes deixa quatro filhos e netos. O sepultamento ocorreu às 11h deste sábado, em Aracaju.
Pernambucano de Vitória de Santo Antão, Erotildes nasceu no dia 23 de setembro de 1936. Filho do alfaiate Gregório Araújo e de dona Maria José, ele veio morar em Aracaju com apenas seis anos de idade. A época, seu pai participava ativamente do Movimento Integralista e, fugindo da repressão do governo Getúlio Vargas, optou por residir na capital de Sergipe.
Adão não se vestia
Erotildes tinha orgulha de contar que o pai era um exímio alfaiate e trouxe na bagagem a experiência de muitos anos de corte de camisas de mangas curtas e macacão top de linha, para a época. Montou uma Alfaiataria na rua José do Prado Franco, vizinho ao Café Império, com o slogan “Adão não se vestia porque Araújo não existia”. Ao chegar na loja, o cliente já encontrava algumas camisas prontas, fato novo para a população aracajuana.
Foi na alfaiataria do seu pai que Erotildes começou a trabalhar, atendendo os clientes. Com a morte do senhor Gregório, a loja passou a ser comandada pelo irmão Geraldo, muito mais afeito ao comércio de roupas. Já adulto, Erotildes se empregou na Petrobrás, tendo trabalhado por um ano como auxiliar de geólogo.
Após deixar a Petrobras, nos anos 60, Erotildes foi convidado pelo jornalista Raymundo Luiz para trabalhar como corretor de publicidades no Diário de Aracaju. Ele informou que a primeira grande venda foi o anúncio em uma página inteira, da Casa da Lavoura, vendida a José Figueiredo, sócio da empresa. Daí por diante, conseguiu bons anunciantes por longos 10 anos.
Corretor por acaso
A sua entrada no ramo imobiliário se deu quase que por acaso. Ao publicar, no Diário de Aracaju, o anúncio da venda de uma casa, descobriu que melhor do que vender propaganda era vender imóveis. A partir do início da década de 70 se tornou um corretor por excelência, passando a dedicar-se, de corpo e alma, a essa nova atividade. Paralelamente, vendia um pouco de tudo, na rua João Pessoa. Desde relógios e joias da Relojoaria Fontes até ações do Banco Dantas Freire, do seu amigo Murilo Dantas.
Como a profissão de Corretor de Imóveis já era regulamentada e em Aracaju não havia representação do CRECI, ele liderou um grupo de seis corretores, entre eles o Coronel Renir Reis Damasceno, Jorge, Augusto e Sandoval e foram a Salvador para obter o devido registro. Meses depois, o Conselho enviou uma equipe para Aracaju, a fim de qualificar todos aqueles que já atuavam no ramo.
Com informações do site Radar Sergipe (Fotos: César Cabral)