Dezenas de ônibus tiveram os motores desligados, nesta sexta-feira (19), na avenida Barão de Maruim, centro de Aracaju, provocando congestionamento no trânsito naquela via e nas ruas secundárias. A paralisação foi uma forma de protesto dos motoristas e cobradores contra a recusa dos empregadores em atender suas reivindicações salariais. Segundo o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Miguel Belarmino, o ato ocorreu logo após os motoristas terem participado de uma assembleia para discutir uma possível greve a partir do próximo dia 1º.
O trânsito no local só voltar à normalidade após a intervenção dos agentes da SMTT e depois que os motoristas resolveram religar os motores dos ônibus. Miguel Belarmino disse que o clima na categoria é de tensão, pois as empresas cortaram uma série de benefícios empregados e não querem negociar melhorias salariais. Entre os motoristas e cobradores envolvidos no protesto desta sexta-feira o clima é propício a uma paralisação no começo de março.
Em nota, Setransp lamenta crise
“O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) informa todos os esforços e estão sendo movidos para que o serviço de transporte público coletivo de Aracaju e da região metropolitana não seja ainda mais afetado nesta sexta-feira, 19, após a ação de manifestantes do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Aracaju (Sinttra) impedindo a circulação de alguns ônibus.
Durante esta manhã, manifestante fecharam as Avenidas Barão de Maruim, Rio Branco, Adelia Franco, Terminal do Mercado e furaram pneus dos ônibus que estavam circulando no local. Contudo, apesar do serviço ter sido desfalcado com os veículos paralisados, as empresas de ônibus estão providenciando suporte com o uso da frota reserva e, neste momentos, as linhas do transporte público coletivo seguem circulando com bastante dificuldade.
O Setransp lamenta o prejuízo na interrupção do deslocamento dos passageiros e os danos causados à frota de ônibus, afetando toda a mobilidade urbana. As empresas de ônibus permanecem com o diálogo aberto com o Sinttra no intuito de buscar as melhores alternativas para as demandas dos rodoviários, do mesmo modo que tem priorizado mover todos os esforços para garantir a manutenção dos postos de trabalho.
Todavia, o Setransp afirma ainda que não existe nenhuma pendência junto à categoria, a data base da Convenção Coletiva é 1º de março, então essa manifestação, sem qualquer prévio aviso, não tem respaldo legal. Desta forma, o sindicato está avaliando a possibilidade de acionar judicialmente os responsáveis por esse transtorno causado à população.
O setor de transporte tem lidado com um grande déficit econômico há alguns anos, agravado pela pandemia da Covid-19. Só em 2020, o setor sofreu uma queda no número de passageiros de aproximadamente 45,9% resultando em uma perda de quase R$ 100 milhões. Somado a isso, ainda há o novo aumento nos custos do serviço com a alta do preço do diesel superior a 15%.
Foto: grupo Pé Embaixo no WhatsApp