O Movimento dos Trabalhares Sem Terra (MST) lembra hoje o aniversário de 28 manos do Massacre de Eldorado do Carajás, na região Sul do Pará. Desde aquela fatídica data, o MST promove o Abril Vermelho visando reverenciar os mortos pela Polícia Militar. 21 trabalhadores rurais foram brutalmente assassinados na chamada Curva do S, como ficou conhecido o trecho da rodovia PA-150.
O episódio foi um dos crimes mais violento do Estado brasileiro contra as famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais, que segue impune.
O local transformou-se em memorial em homenagem aos mártires do movimento, ponto de encontro anual para atividades do MST, que já sediou um acampamento pedagógico da juventude, e este ano promove ato político e religioso em defesa de uma reforma agrária que promova a agricultura familiar sustentável.
“Em um processo de cura coletiva, a curva do S, que ficou marcada pela violência, se transformou também em símbolo de resistência, tornando-se campo sagrado de onde as vozes silenciadas dão o grito. O grito pela terra, pela vida, pela natureza, pelos seres humanos. E neste espírito, convocamos para nos reunirmos entre as castanheiras para um ato de semeadura dos dias de abundância e felicidade que construiremos”, diz o movimento, em nota. O ato que marca os 28 anos do massacre começa às 8h desta quarta-feira (17), entre as castanheiras que perfilam o local, com atividades culturais como música, poesia, dança e discursos.
Na atual jornada de luta pela reforma agrária, chamada de Abril Vermelho, o MST informou ter realizado, até o momento, 30 ações diversas em 14 estados do país, mobilizando mais de 20 mil famílias sem terra. Desse total, foram 24 ocupações de terra em 11 estados. O movimento, que completa 40 anos de fundação, denuncia a existência de 105 mil famílias acampadas às margens de rodovias em todo o país aguardando um pedaço de terra.
Com informações do MST e da Agência Brasil