O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que no último domingo (19) foi à uma manifestação em favor do fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, é o mesmo que em 1999 defendeu que a Câmara Federal e o Senado fossem fechados. Naquele ano, ao ser entrevistado pela TV Bandeirantes, o então deputado Jair Bolsonaro afirmou que na época da ditadura, os militares deveriam ter fuzilado “uns 30 mil corruptos, a começar pelo presidente Fernando Henrique Cardoso”.
As declarações incendiárias do então deputado irritaram os parlamentares, a ponto de a mesa diretora da Câmara dos Deputados ter se reunido para avaliar as declarações de Bolsonaro e decidir se abriria um processo para cassar o mandato dele. Questionado sobre as declarações do deputado carioca, o então senador Antônio Carlos Magalhães disse que “não tenho porque tomar conhecimento das loucuras de alguém que, evidentemente, está perdendo o senso. Se ele prega isso, a Câmara deveria cassar o mandato dele”, sacramentou o político baiano.
Presidente reage
Fernando Henrique Cardoso criticou Bolsonaro por ter dado as declarações dizendo que ele deveria ter sido morto durante o governo militar. “Afirmações desse tipo mostram que o deputado não se converteu à democracia”. O porta-voz da Presidência, Georges Lamazière, disse que “o presidente tem certeza e espera que o Congresso tomará as medidas cabíveis”. O porta-voz, entretanto, descartou a possibilidade de FHC acionar a Justiça contra o deputado. Como no episódio de domingo passado, em 1999 as afirmações estapafúrdias de Bolsonaro não deram em nada.
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