O sergipano de Lagarto naturalizado espanhol Diego Costa encerrou o vínculo com o Atlético de Madri, em dezembro de 2020, decidido a voltar ao futebol brasileiro. Aos 32 anos, o veterano atacante, que durante sua carreira só jogou profissionalmente na Europa, gostaria de jogar em alto nível no Brasil, preferencialmente com participações na Copa Libertadores. O desejo, no entanto, acabou frustrado e hoje seu retorno está praticamente descartado.
Entre janeiro e fevereiro, Diego Costa foi oferecido para alguns clubes, entre eles Atlético-MG, Grêmio, Palmeiras e São Paulo. Vários foram os intermediários que tentaram participar das conversas, o que causou desconforto entre os envolvidos e, consequentemente, atrapalhou o avanço de eventuais acordos.
Depois de anos sendo agenciado pelo português Jorge Mendes, Diego Costa resolveu ficar “sozinho” no mercado da bola, mas, ainda assim, manteve uma espécie de vínculo profissional e particular com o antigo empresário. Nos últimos meses, também se aproximou de outro agente renomado, o iraniano Kia Joorabchian. Porém, não assinou contrato de representação com ninguém. As intermediações por “terceiros”, muitas delas sem qualquer tipo de autorização documentada ou verbal, foram determinantes para o insucesso das negociações.
A realidade financeira também teve forte impacto nas tratativas. Disposto a jogar profissionalmente pela primeira vez no Brasil, Diego Costa esperava receber um salário anual de aproximadamente 3 milhões de euros (pouco mais de R$ 20 milhões) limpos, além de premiações por assinatura e metas atingidas. Para os interessados europeus, por exemplo, a pedida era muito maior: 7 milhões de euros limpos (R$ 47 milhões) por temporada.
Decepcionado e com o futebol brasileiro distante do horizonte, depois de semanas de descanso em Lagarto, onde nasceu, o atacante resolveu voltar para a Europa no último fim de semana. De lá, vai acompanhar de perto e com mais atenção o desenvolvimento de novas negociações, potencialmente todas direcionadas para clubes do Velho Continente e da Ásia. Inglaterra, Emirados Árabes Unidos e Qatar estão entre as opções mais concretas neste momento.
Sucesso na Europa
Diego Costa foi revelado pelo Lagarto, time do qual é hoje o principal investidor. Ele saiu muito jovem de Lagarto para o estado de São Paulo, onde jogou pelo Barcelona Esporte Capela. Ali foi indicado ao Sporting Clube de Braga, que o adquiriu e emprestou ao Penafiel. No dia 10 de julho de 2007 chegou ao Atlético de Madrid, mas ainda longe de jogar pelo grande clube da capital espanhola. Foi emprestado ao Celta de Vigo, Albacete, Valladolid e Rayo Vallecano.
No Atlético de Madrid, teve ótimo desempenho nas temporadas 2012-13, quando jogou 44 vezes e marcou 20 gols, e 2013-14, quando anotou 36 gols em 52 jogos. Em 2014, foi vendido para o Chelsea, da Inglaterra, onde fez muitos gols em três temporadas. Retornou a Madrid em 2017, mas já não teve o mesmo desempenho.
Diego Costa conquistou pelo Atlético de Madrid a Supercopa da UEFA 2010, 2012 e 2018, La Liga 2013-14, a Copa do Rei 2012-13 e a Liga Europa da UEFA 2017-18. Pelo Chelsea, ganhou a Premier League 2014-15 e 2016-17 e a Copa da Liga Inglesa 2014-15.
O sergipano, que desde 2013 é cidadão espanhol, foi convocado e jogou pelas seleções Brasileira e da Espanha, pela qual disputou as Copas do Mundo de 2014 e 2018.
Marcos Cardoso (Com informações de Bruno Andrade/Colaboração para o UOL, de Lisboa)