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Nova doença parecida com Calazar preocupa

Pesquisador Roque Pacheco foi quem isolou o parasita causador da doença

Com o título, “Gravidade de doença causada por novo parasita assusta cientistas em Sergipe”, o portal UOL publica hoje uma reportagem de um tema que já tinha sido abordado pelo portal ufs.br, da Universidade Federal de Sergipe, no começo de outubro. É sobre a mutação de um protozoário da família Crithidia, responsável por casos de uma doença similar a leishmaniose visceral (também conhecida como Calazar) e que tem preocupado médicos e pesquisadores do Hospital Universitário de Aracaju.

O novo parasita —que deverá ser chamado Cridia sergipensis— ainda está em estudo, mas sabe-se que está causando infecções graves. Entretanto, ainda não há detalhes das formas de contaminação ou tratamento. O novo parasita pode ajudar a entender por que Sergipe tem a taxa de mortalidade mais alta de leishmaniose visceral no país, com mortes em até 20% dos casos.

Em 2011, o pesquisador da UFS Roque Pacheco Almeida atendeu um paciente que apresentava sintomas parecidos com o da leishmaniose. Após a ineficácia dos tratamentos, o homem de 64 anos veio a falecer no ano seguinte.

Roque Almeida, que é imunologista e chefe do Laboratório de Biologia Molecular do HU, isolou o parasita causador da doença e o enviou para análises do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID), em São Paulo, do qual faz parte.

A certeza dos cientistas é que os casos suspeitos recentes no estado têm apresentado uma gravidade acima do esperado para a leishmaniose convencional, o que indica que pode haver contaminação do novo protozoário.

Atualmente existem três pessoas com suspeitas da doença internadas em estado grave em Sergipe —uma delas portadora do vírus HIV. “Um caso é de uma criança que tratou, mas teve recidiva e está abarrotada de parasita na medula. A gente não vê essas coisas com frequência, e nos preocupa porque a gente começa a ter casos graves”, afirma Roque Almeida. Um caso suspeito da doença foi registrado num paciente da região norte da Bahia.

A descoberta inédita do novo parasita foi publicada em artigo na edição de novembro do periódico científico “Doenças Infecciosas Emergentes”, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, do Departamento de Saúde dos Estados Unidos.

O parasita, que chamará Cridia Sergipensis

“Como existem poucos fármacos para tratar a leishmaniose, a identificação de uma nova cepa tripanossomática refratária ao tratamento — que pode causar doenças como uma única infecção ou como uma coinfecção por Leishmania — é grave e pode aumentar o problema do controle da doença”, afirma o artigo, assinado por 14 pesquisadores da UFS, UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), USP (Universidade de São Paulo), Instituto Nacional de Saúde dos EUA e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

(Com informações de Marcílio Costa, do ufs.br, e de Carlos Madeiro, do UOL) Foto: Correio da Bahia

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