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Por Adiberto de Souza *
O 1º relógio foi instalado na década de 20
Os moradores mais idosos de Aracaju ainda se lembram do “Tô Doidão”, aquele relógio de quatro faces, em cima de um pedestal, que havia na Praça Fausto Cardoso, em frente ao hoje Museu-Palácio Olímpio Campos. Antes do “bobo” desajuizado, o logradouro central ganhou uma bela peça importada, comprada em 1925 pelo então prefeito de Aracaju, Hunald Santaflor Cardoso, irmão do ex-governador de Sergipe, Graccho Cardoso.
Em um de seus livros, a pesquisadora Ana Maria Fonseca Medina conta que entre as muitas obras realizadas por Santaflor Cardoso destacou-se justamente a reforma da Praça Fausto Cardoso. Para embelezá-la, o prefeito adquiriu no Rio de Janeiro, por intermédio da famosa Relojoaria Safira, o relógio de fabricação alemã, uma novidade para a época. A peça se destacava na bem cuidada praça, tendo virado pronto de encontro nos fins de tarde.
O moderno, mas desajuizado “Tô Doidão”
O saudoso pesquisador Luiz Antônio Barreto também escreveu sobre os relógios da Fausto Cardoso. Segundo ele, anos após a administração de Hunald Santaflor, a peça alemã foi substituída por uma mais nova, bem mais bonita, porém jamais funcionou satisfatoriamente. As quatro faces do “bobo” marcavam a mesma hora, só que diferente do horário de Brasília. O bonito relógio vivia atrasado, confirmando o ditado popular: “Relógio que atrasa, não adianta”. Por isso mesmo, foi logo apelidada de “Tô Doidão”.
Na segunda metade do século passado, um carro desgovernado acertou o relógio em cheio, avariando seu pedestal e deixando-o ainda mais “desmiolado”. Algum tempo depois da colisão, a Prefeitura mandou removê-lo da Praça Fausto Cardoso prometendo enviá-lo para o conserto, porém isso nunca aconteceu e ninguém mais falou no “Tô Doidão”, nem se sabe do seu paradeiro.
Diante desse misterioso sumiço do simpático “morador” do centro de Aracaju, só resta fazer uma pergunta: você viu o Tô Doidão por aí?
* É editor do Portal Destaquenotícias
