Após a permissão da família do empresário e político João Tarantella (DEM), morto em acidente de trânsito, a Organização de Procura de Órgãos (OPO), entidade designada pela Secretaria de Estado da Saúde, iniciou os procedimentos de captação dos órgãos para transplantes. Ainda na noite deste domingo (16), uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou em Aracaju e transportou os órgãos para outros estados, onde foram identificados receptores compatíveis.
A médica em Terapia Intensiva do Huse e da OPO Sergipe, Myrna Bicudo, ressalta a importância das pessoas informarem aos familiares acerca do desejo em serem doadores de órgãos. “Que atos como esse abram diálogos nas famílias em relação a este tema, que se quebre os tabus em relação a isso. Para doar basta que os familiares autorizem. Após a finalização do protocolo, em que é identificada a morte encefálica, a família é informada sobre o direito de decisão quanto a doação de órgãos e tecidos aos parentes de primeiro e/ou segundo grau. Havendo concordância do familiar mais próximo, é assinado o termo de autorização familiar para doação”, afirmou.
De acordo com o superintendente do Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho, Walter Pinheiro, é preciso debater mais este tema e quebrar os tabus em relação a doação de órgãos, que representa um ato de amor e que salva vidas. “Sabemos o tabu que envolve essa questão, um momento tão difícil que é a comunicação de uma morte encefálica e do outro lado temos tantas vidas aguardando ansiosas uma esperança de receber esses órgãos.Espero que a gente evolua não só na questão de sensibilizar a sociedade, mas que a gente possa fazer acontecer em nosso estado esses transplantes”, enfatizou.
Doações em Sergipe
Desde dezembro do ano passado, a Central de Transplantes já registrou 17 doações de órgãos em Sergipe. Quando há um paciente com suspeita de morte encefálica, a equipe médica informa para a Central de Transplantes que há um possível doador. A Organização de Procura de Órgãos (OPO) vai até o local, acompanha o diagnóstico, acolhe a família e dá a oportunidade da doação.
Segundo o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Benito Fernandez, com a autorização da doação, alguns exames são realizados. “Fazemos exames sorológicos, RTPCR para Covid-19 e a avaliação de cada órgão para saber a viabilidade do transplante. Estando tudo bem, marcamos a captação e fazemos a oferta dos órgãos para as equipes de transplantes. O coração e o pulmão, por exemplo, só podem ficar quatro horas fora do corpo. Tudo tem que ser feito de forma rápida para que o receptor seja preparado pra receber o órgão”, explicou.
Fonte e foto: Ascom/Saúde Estadual