Por Amaral Cavalcante *
Desde que cheguei aqui tento acomodar o roliço travesseiro de bilros entre as pernas.
Mal consigo esconder o inchaço nas coxas
o dedo rombudo de espetar espinhos
o olho furado de espiar estrelas.
Matraqueio bilros
ruídos que me tecem
o branco esplendor.
Vim fazer bicos de anáguas
beiradas de califon
guarnições núbias de amor
e porta moringas também.
De cócoras, gemendo os reumatismos
enfio a tira de furinhos góticos e teço
o alvo labirinto dos meus dias.
* Amaral Cavalcante é jornalista, cronista e poeta de mão cheia.