Por Antônio Samarone *
O polêmico João Gomes de Melo, o Janjão do Santa Bárbara, nasceu em 18 de setembro de 1809, em Santo Amaro das Brotas, Sergipe. Foi um grande do Império. Exerceu todos os cargos na política.
João Gomes de Melo (depois Barão de Maruim) era de família rica. Entretanto, cresceu economicamente se casando, em 1833, com a viúva do Coronel Manuel Rollemberg, Maria José do Faro (Maria do Topo), dona de muitos engenhos. João Gomes ficou muito rico com o primeiro casamento.
Pelas circunstâncias da vida, dona Maria do Faro morreu em 1859, ficando o Barão viúvo. João Gomes de Melo se tornou o Barão de Maruim em 12 de outubro de 1848.
Com o segundo casamento, o Barão foi mais longe.
Morando no Rio de Janeiro, o Barão de Maruim casou-se pela segunda vez, em 1862, com Valentina Soares de Souza, filha do médico José Antonio Soares de Souza, cirurgião-mor do exército de Napoleão, e da poetisa francesa, de família nobre, D. Antoinette Gabrielle Madeleine Gibert.
Os pais de Valentina morreram cedo, deixando-a órfã. Ela foi criada pelo irmão famoso. Dona Valentina, a Baronesa de Maruim, era irmã de Paulino José Soares de Souza (Visconde do Uruguai).
Com esse segundo casamento, João Gomes de Melo se tornou um comensal da família imperial, amigo de Pedro II.
A indicação de Inácio Barbosa para presidir a Província de Sergipe, em 7 de outubro de 1853, teve o dedo do Barão de Maruim. A Assembleia Provincial que decidiu a mudança da capital de São Cristóvão para Aracaju, ocorreu no engenho Unha de Gato, de propriedade do Barão.
O Barão de Maruim foi o presidente da Provincia de Sergipe durante a grande Peste de Cholera Morbus, de 1855.
Em 21 de março de 1861, o Barão de Maruim foi nomeado Senador Vitalício do Império, cargo que ocupou por 28 anos, até a sua morte, em 23 de abril de 1890, no Rio de Janeiro.
Em 1937, o seu corpo foi transladado para a Igreja Matriz de Maruim, onde se encontra. Aliás, igreja que ele tinha construído com recursos próprios.
Não avaliarei a sua importância política, nem o seu papel na transferência da Capital para Aracaju, apenas uma constatação: além do amor, ele teve bons motivos (riqueza e poder) para os casamentos. O Barão de Maruim deu sorte no amor.
O Barão dá nome a uma das principais avenidas do Aracaju.
* É médico sanitarista