Agora em novembro o preço médio da gasolina configurou um aumento de 60,1% em relação ao mesmo mês de 2020. Esse valor é o maior desde 2013. De lá para cá, o aumento foi de 141,27%. Neste cenário, as pessoas fazem de tudo para economizar, principalmente buscando novas formas de locomoção. De acordo com especialistas, é interessante apostar no transporte público, uma vez que não há previsão de queda nos preços, apesar das tentativas frustradas do governo para tentar amenizar o impacto no bolso dos consumidores.
De acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço praticado varia entre os postos. No cálculo entram quatro componentes. O professor de finanças públicas Roberto Piscitelli explica que, apesar dos detalhes do cálculo, o maior peso é do custo internacional do barril de petróleo e do valor do dólar comercial — que está em R$ 5,50. “Isso obriga, de certa forma, a Petrobras a operar em preços mais elevados para nivelar com as revendedoras”, explica o economista.
Roberto Piscitelli reforça que a estatal não é a principal responsável pela crescente dos combustíveis. “Não se pode demonizar a empresa. Ela é executora das políticas do governo federal, que tem que priorizar uma mudança na política de preços”, detalha o professor. Ele afirma que a venda das refinarias também foi determinante para o aumento dos valores. “Não tem sentido desativar refinarias e comprar, no exterior, o produto final de uma matéria-prima produzida aqui. Sai mais caro, e todo o processo de valorização e transformação fica lá fora. Compramos pelo dobro do preço de produção”, argumenta.
Fonte: Correio Braziliense