Por Afonso Nascimento *
Durante o regime militar, Aracaju teve sete (7) prefeitos, todos “biônicos” (não eleitos), todos de direita a serviço dos generais, todos da ARENA. Godofredo Diniz Gonçalves (sem formação superior, Atheneu, deposto pelos militares em março de 1964), João Alves Bezerra (escolaridade desconhecida), Gileno da Silveira Lima (dentista), José Teixeira Machado (escolaridade desconhecida), Cleovansóstenes P. Aguiar (médico), João Alves Filho (engenheiro civil), Heráclito Rollemberg (advogado) e José Carlos Teixeira (contador sem diploma superior). Esse último foi o Ulisses Guimarães sergipano. Defendeu o fim da ditadura e eleições diretas, até ter a chance de ser prefeito sem o voto popular.
Em seguida vieram os dez (10) prefeitos eleitos pelo voto popular, todos de esquerda moderada. Com a exceção de João Alves (filhote da ditadura), eles pertenceram aos grupos de Jackson Barreto, Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira (que tem uma fase de esquerda e outra fase de direita). Aqui estão eles: Jackson Barreto (PMDB), Viana de Assis (PMDB), Wellington Paixão (PSB), Jackson Barreto (PDT), José Almeida Lima (PDT), João Augusto Gama (PMDB), Marcelo Déda (PT), Marcelo Déda (PT), Edvaldo Nogueira (PCdoB), João Alves Filho (DEM), Edvaldo Nogueira (PCdoB) e Edvaldo Nogueira (PDT).
É a fase de ouro dos prefeitos formados em Direito pela Universidade Federal de Sergipe, excluídos o engenheiro João Alves e Edvaldo Nogueira, o único com educação secundária. Alguns com histórico de luta contra a ditadura militar e ligações com o PCB. Marcelo Déda e Edvaldo Nogueira tiveram dois mandatos incompletos de prefeito.
E, agora, pela primeira vez, os aracajuanos elegeram uma prefeita bolsonarista e evangélica. Emília Correa, defensora pública e advogada, graduada pela UNIT. Será neoliberal na economia e extremista de direita na política. O desafio de Emília Correia é provar que não é extrema-direita. Minha “previsão” é a seguinte. O seu secretariado será recheado de bolsonaristas civis e militares, egressos da UNIT, pastores, empresários da política. Fará um governo sem maioria na Câmara de Vereadores? Firmará acordo com a UNIT para oferecer cursos de qualificação para funcionários públicos municipais; acordo com o hospital da UNIT para prestação de serviços médicos à prefeitura. Construirá várias escolas cívico-militares. As emissoras de TV e rádios e jornalistas “amigos” receberão boas verbas de publicidade. Dará cargos a cabos eleitorais do interior em Aracaju ou não, em preparação para a eleição de 2026. Estudantes de Direito da UFS dizem que é impossível ela cumprir a sua “proposta” sobre o IPTU. Os quadros técnicos da UFS não serão aproveitados, talvez exceto alguém na procuradoria-geral de Aracaju.
Fonte: Wikipedia
* É professor de direito da Universidade Federal de Sergipe.
3 Comments
Uai teacher! Está preocupado pquê? Qdo a extrema esquerda governa vcs tbem deitam e rolam , vi muitos do PT oriundos da UFS galgar cargos públicos (nos quais estão até hoje vivendo às custas do erário publico sem nunca terem feito nenhum concurso público) outros se elegeram tbem para cargos políticos utilizando o sindicato dos professores. Deixe de inveja e engula orgulho!
Boa tarde,gostei da sua colocação Clezia, tem pessoas invejosa,que não pôde estar lá, aí fica torcendo para que na que o outro faça dê certo.
Essa questão de militares no governo municipal acontece na atual gestão. Silvio Prado da SMTT é Bombeiro Militar, Ricardo Abreu da educação e Bruno Moraes da Emsurb são egressos do Exercito Brasileiro. Tres grandes assessores , diga-se de passagem.