O peixe-leão, também chamado de devorador, está ampliando seu raio de atuação nas águas do Nordeste. Segundo o pesquisador Marcelo Soares, do Labomar da Universidade Federal do Ceará (UFC), a invasão da espécie exótica é a mais rápida que ele já viu na história, acrescentando que isso traz uma situação gravíssima.A coluna do Carlos Madeiro do portal Uol, o animal foi encontrado, no último fim de semana, na ilha de Itamaracá, localizada na região metropolitana do Recife. O peixe-leão foi visto pela primeira vez em águas basileiras em dezembro de 2020.
Preocupado com o avanço da espécie no Nordeste, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lançou uma campanha para orientar os turistas, pescadores e mergulhadores para o aparecimento do peixe-leão (Pterois volitans). Lançada em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a campanha prevê a distribuição de panfletos e cartazes com informações sobre os perigos desse animal para o ecossistema marinho brasileiro e para seres humanos.
O peixe-leão tem o corpo listrado de branco com tons laranja, vermelho e marrom, 18 grandes espinhos e nadadeiras prolongadas. Como não tem predadores, a espécie originária do Indo-Pacífico, se prolifera descontroladamente, roubando o espaço e a alimentação dos peixes nativos e, consequentemente, afetando todo o ecossistema. Os espinhos na região dorsal do peixe-leão soltam um veneno nocivo aos seres humanos, cuja toxina pode causar febre, vermelhidão e até convulsões.
Para pescadores e mergulhadores, os informativos também alertam que o animal não deve ser devolvido ao mar e que as autoridades devem ser informadas sobre local onde o peixe foi visto para ajudar no monitoramento dessa espécie. O material, em formato de panfleto, terá ainda um QR Code com um formulário para que as pessoas possam enviar para o ministério informações sobre o local onde a espécie foi vista e/ou capturada, com envio de fotos e imagens.