Após não ter encontrado indícios de óleo ou gás natural no primeiro poço perfurado no bloco exploratório SEAL-M-428, localizado na Bacia de Sergipe e Alagoas, as três empresas pretendem só fazer nova perguração em 2023. O presidente da Enauta Participações S.A., Décio Oddone, disse que “a ideia dos sócios, pelo menos a nossa, é fazer uma avaliação do resultado do poço e programar os próximos passos que podem ter ou não uma perfuração num horizonte de tempo mais curto, talvez no segundo semestre do ano que vem. Eu não consigo ver algo mais cedo que isso”, frisou.
A Enauta possui 30% de participação no consórcio composto também pela ExxonMobil e pela empresa americana Murphy Oil, para explorar nove blocos exploratórios localizados no litoral sergipano e autorização do Ibama para perfurar 11 poços. Segundo Décio Oddone, mesmo a perfuração do primeiro poço ter sido concluída sem indícios de óleo ou gás natural, a campanha exploratória continuará.
De acordo com o presidente, perfurar apenas um poço não é suficiente para sentenciar uma região. “Só podemos condenar uma região caso os estudos mostrem que não há possibilidade, o que não é o caso, até porque tem descoberta próximo”, informou. Décio lembrou ainda que a perfuração do primeiro poço da Bacia do Carcará também foi seca. “Essa questão do poço seco faz parte. A Enauta estava no consórcio que descobriu o Carcará, um dos campos gigantes do pré-sal. O fato de você perfurar um poço seco em bacia não desqualifica a região”, pontuou.
Perfuração ocorreu em março
A perfuração no litoral sergipano foi concluída em março passado, sendo que a avaliação final do poço exploratório no Bloco SEAL-M-428, denominado 1-EMEB-3-SES, não constatou a ocorrência de hidrocarbonetos. Logo após esse resultado, a Enauta revelou que realizará estudos complementares para atualizar sua visão quanto ao potencial exploratório dos blocos situados em águas ultraprofundas na Bacia Sergipe-Alagoas.
A perfuração do primeiro de dois poços exploratórios no Bloco SEAL-M-428 começou no dia 21 de fevereiro através da sonda West Saturn, da Seadrill, em lâmina d’água de 3.093 metros. O SEAL-M-428 e o SEAL-M-351 são operados pela ExxonMobil em parceria com a Enauta e a Murphy. A licença ambiental de Sergipe é válida por cinco anos.