Na reta final da campanha eleitoral, as pesquisas sobre intenções de voto tomam conta do noticiário e são uma fonte de informação importante tanto para os candidatos quanto para os eleitores. O cientista político Geraldo Tadeu Monteiro afirma que as pesquisas desempenham papel importante na decisão do eleitor.
De acordo com Monteiro, existe tanto o voto útil, quando o eleitor quer ajudar alguém que tem mais chance; quanto o voto de veto, quando o eleitor quer fazer com que um candidato específico perca. “A pesquisa não determina, ela influencia como qualquer outra fonte de informação”, esclarece.
O cientista político disse que o resultado da pesquisa faz parte de um conjunto de informações que o eleitor usa a fim de decidir. “Se ele quiser votar no candidato que está ganhando ou ele acha que o voto útil para a sua tendência política é mais interessante, ele tem o direito de ter essa informação”.
O especialista considera, no entanto, um mito a tese de que o brasileiro vota no “cavalo que está ganhando”. Ele pesquisou o assunto e concluiu que só 5% dos eleitores podem mudar de voto se descobrirem que seu candidato não tem chance. “Os outros 95% escolhem um e vão com ele até o final”, destaca.
Espontâneas x estimuladas
Geraldo Tadeu Monteiro também fala sobre a diferença entre pesquisas espontâneas e estimuladas. Para ele, a espontânea mostra o grau de consolidação daquela opção de voto. “Quando o sujeito espontaneamente declina o nome do candidato é porque para ele aquela informação já está bem segura”. Já a pesquisa estimulada, quando são apresentadas as opções para o eleitor, pode gerar resultados diferentes.
Regras
As pesquisas são bastante controladas pela Justiça Eleitoral e buscam refletir as características da população. A lei eleitoral estabelece que devem ser declinadas na hora do registro todas as ponderações por idade, por sexo, por local de moradia. “Por isso os resultados são apresentados pelas regiões: Sudeste, Sul, Centro-Oeste. Mulheres e homens. E essa ponderação em geral usa os dados do próprio TSE ou do IBGE”, explica Monteiro.
Fonte: Agência Câmara de Notícias