A Petrobras prevê concentração das operações na região Sudeste e outras empresas ocuparão o espaço deixado na região Nordeste, levando investimentos para áreas que não estão nos planos da estatal. Foi o que confirmou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, nesta segunda, 16.
“A Petrobras está cumprindo seu plano de negócios, que é voltado para a exploração e produção de petróleo em áreas que ela considera mais rentáveis”, disse o ministro, em entrevista durante evento na CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais), no Rio.
Mas há a expectativa de que a companhia mantenha apenas “fatias” em áreas em Sergipe, onde fez recentemente grandes descobertas de petróleo e gás, segundo informação do jornal Folha de S. Paulo.
Albuquerque acredita que as empresas compradoras dos ativos da Petrobras investirão nas operações em que a estatal não tem mais interesse. “Aquilo em que ela [Petrobras] não tem mais apetite, outras empresas têm apetite para fazer”, afirmou.
Em apresentação do plano de investimentos em Nova York e Londres, no início do mês, o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, já havia apontado o futuro com ativos apenas na região Sudeste e foco no pré-sal.
“A Petrobras vai ser uma companhia bem focada em exploração e produção de petróleo e gás natural em águas profundas, geograficamente concentrada no Sudeste brasileiro, em três estados: Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo”, disse aos investidores.
Além de campos de petróleo, a companhia está vendendo ou arrendando as fábricas de fertilizantes em Sergipe e na Bahia, fábricas de biodiesel, refinarias e outras unidades nas regiões Sul, Norte e Nordeste.
Nesta segunda, abriu processo de venda de fatia em um bloco para exploração de petróleo na região Sul.
O processo de desinvestimento da Petrobras em Sergipe segue em ritmo acelerado. No início do mês, a empresa iniciou a etapa de divulgação da oportunidade referente à venda de sua participação nos campos terrestres de Dó-Ré-Mi e Rabo Branco, localizados na Bacia de Sergipe-Alagoas.
E a sede administrativa da empresa em Aracaju será ser transferida para Carmópolis até o mês de março de 2020, medida prevista no Plano de Negócios da companhia, com a consequente transferência de funcionários para outros estados.
A estratégia é criticada por governadores do Nordeste e pela Frente Parlamentar em Defesa da Petrobras, lançada em maio, que iniciou na semana passada um giro por estados nordestinos para tentar levantar apoio para a causa.
(Com informações da Folha e foto da Petrobras)