A Petrobras informou, nesta segunda-feira (3), ter iniciado o processo de contratação para afretamento de dois navios-plataformas destinados ao projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), na Bacia de Sergipe-Alagoas, a cerca de 100 quilômetros da costa.
De acordo com a empresa, as unidades do tipo sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência de petróleo (FPSO) serão estratégicas para ampliar a disponibilidade do gás nacional, além de abrir uma nova fronteira de produção na região Nordeste.
Cada plataforma (SEAP I e SEAP II) terá capacidade de processar, diariamente, até 120 mil barris de petróleo (bpd). O óleo da região é leve, considerado de boa qualidade, entre 38 e 41 graus API – e, portanto, de maior valor comercial. Juntas, as duas unidades terão potencial de ofertar até 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia.
“O projeto Sergipe Águas Profundas se destaca pelas reservas expressivas, com potencial de impulsionar a oferta de gás natural no país e reduzir nossa dependência à importação desse insumo”, disse o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.
Com volume substancial de gás, o projeto abre um novo horizonte de investimentos, trazendo uma série de oportunidades para o setor e para os estados de Sergipe e Alagoas. Além disso, vai viabilizar no país um novo marco tecnológico: a implantação de um projeto de produção em profundidade d´água acima de 2.500 metros (alcançando até 3 mil metros), incorporando inovações de última geração.
Sergipe Águas Profundas
O Projeto Sergipe Águas Profundas terá a capacidade de disponibilizar ao mercado até 18 milhões m³/dia de gás quando o módulo de produção do sistema estiver em operação. Para isso, a Petrobras precisará fornecer um gás sem as frações mais pesadas, o mais seco possível e sem contaminantes, o que trará um resultado mais econômico ao projeto, segundo o diretor de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, João Henrique Rittershaussen.
O gás a ser produzido no Sergipe Águas Profundas tem baixo teor de CO2 e pequena incidência de contaminantes, simplificando e barateando o seu processamento. Considerando esse fator e a menor distância de escoamento dos poços até o litoral, o gás a ser produzido em Sergipe poderá ter um custo mais competitivo, contribuindo para a atração de investimentos para o seu consumo no próprio Estado”, explica.
O planejamento para o início da produção do SEAP era, originalmente, para 2026, contudo, após o cancelamento da primeira licitação, a previsão é de que tenha início apenas em 2027. Entre os desafios do Projeto, o diretor da Petrobras destacou o volume expressivo de exportação de gás para ser produzido em uma área de nova fronteira, sem a logística e a infraestrutura disponíveis das bacias de Santos e de Campos.
Foto: Petrobras