Os petroleiros decidiram terminar 2021 em estado de greve nacional. O protesto dos trabalhadores é contra as ameaças que o governo Bolsonaro vem fazendo a respeito de um possível projeto de privatização da Petrobras. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), medida foi aprovada por ampla maioria da categoria, nas assembleias realizadas em todo o Brasil.
“Isso significa que, caso o presidente Jair Bolsonaro tenha a audácia de apresentar no Congresso Nacional o projeto de lei que prevê a venda da estatal, a realização de uma das mais fortes greves da história do setor já está sinalizada”, declara Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP. Ele prevê um movimento bem semelhante às duas maiores greves dos trabalhadores, em 1995 e 2020.
Bacelar assegura que a FUP e seus sindicatos jamais vão aceitar calados o projeto de privatização. “A Petrobras está sendo esquartejada e, enquanto isso, o povo ainda paga preços exorbitantes pelos combustíveis”, destaca.
Refinaria por preço de banana
O sindicalista ressalta que, no dia 30 de novembro, a Petrobras concluiu a venda da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, para o fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão, “valor cerca de 50% inferior em comparação com os cálculos estimados pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep)”.
Em 2021, também foram assinados contratos para venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, e da Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná. “Vamos responder à altura e faremos de tudo para proteger os ativos que ainda pertencem à estatal”, acrescenta Bacelar.
Fonte: Revista Forum