A Polícia Federal amanheceu, nesta sexta-feira (11), na cidade de Moita Bonita, região agreste de Sergipe, para cumprir mandado de busca e apreensão na residência do deputado federal Bosco Costa (PL). Questionada sobre a investigação, a assessoria de comunicação da PF em Sergipe disse apenas que, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), não tem autorização para divulgar nenhuma informação sobre o caso. A operação foi autorizada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowski. O deputado ainda não se manifestou sobre a inesperada “visita” matinal.
A operação da PF tem relação com uma acusação de desvio de emendas parlamentares denunciado no ano passado. Segundo o jornal Folha de S. Paulo publicou em 4 de março de 2021, Bosco Costa “está sendo acusado de ter participado de em suposto desvio de emendas orçamentárias destinadas à saúde no Maranhão”. De acordo com o jornal paulista, o suposto crime teria sido detectado pela Polícia Federal após apreensão de anotações manuscritas e mensagens em aparelhos celulares durante Operação Ágio Final, deflagrada em dezembro de 2020, naquele estado
Mais dois parlamentares são citados na operação: Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-PB). A operação investiga um esquema de extorsão contra prefeituras que foram beneficiadas com as emendas obtidas pelos três deputados. A Folha de S. Paulo publicou que o cabeça da organização seria o agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan, dono de postos de gasolina no estado que seriam usados para lavagem de dinheiro.
Exigia dinheiro aos prefeitos
A Polícia Federal revela que Pacovan se apresentava junto a prefeitos como responsável por obter as emendas junto aos deputados envolvidos no esquema. Em troca, exigiria deles a devolução de uma parte do dinheiro como pagamento de propina, em valores que poderiam chegar a 25%. São mencionadas emendas de R$ 4.123.000 do deputado Bosco Costa (R$ 1.030.750 referente à parcela de 25%), de R$ 1.500.000 de Josimar Maranhãozinho (R$ 375 mil de propina) e R$ 1.048.000 de Pastor Gil, com R$ 262 mil de propina.
Esse desvio, de acordo com o jornal paulista, ocorreria por meio de contratos com empresas de fachada. Uma parte seria repassada aos deputados, mediante comissão de Pacovan e seu grupo.
A ação da Polícia Federal foi possível após denúncia feita no ano passado por um dos prefeitos abordados pelo grupo, Eudes Sampaio (PTB), de São José do Ribamar (MA), que não se reelegeu. lista menciona emendas de R$ 4.123.000 do deputado Bosco Costa (R$ 1.030.750 referente à parcela de 25%), de R$ 1.500.000 de Josimar Maranhãozinho (R$ 375 mil de propina) e R$ 1.048.000 de Pastor Gil, com R$ 262 mil de propina.
Bosco nega acusação
À época, ao ser procurado pela Folha de S. Paulo, o deputado Bosco Costa disse que “tem por norma não comentar o trabalho da Polícia Federal ou autoridades judiciárias”. “Entretanto, esclarece que não tem relação com a emenda citada, visto que a mesma não é de sua lavra”, afirmou, por meio da assessoria.
Vídeo do Portal Fan F1